Moradores dos bairros afetados por rachaduras nos imóveis e afundamento do solo, decorrentes da exploração de sal-gema, iniciaram um protesto, na manhã desta quinta-feira (28), em trecho da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, no Mutange, em frente à unidade da Braskem. A pista foi fechada nos dois sentidos, comprometendo o tráfego na região.
Nesta manhã, o grupo se reuniu para, mais uma vez, pedir a indenização e, com ela, amenizar um pouco a angústia e os prejuízos que enfrentam desde que o problema veio à tona, há quase três anos. Comerciantes e integrantes do Sinteal [Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas], cuja sede fica no Mutange, também participaram.
Parte dos manifestantes vestiu camisas com mensagens cobrando providências da Braskem, petroquímica apontada como a causadora das falhas geológicas nestas localidades. Outros preferiram segurar bandeiras vermelhas ou brancas. Em cartazes e faixas, também há críticas ao governador Renan Filho (MDB), ao prefeito Rui Palmeira (PSDB) e ao Poder Judiciário.
O trânsito ficou parado enquanto o protesto acontecia. Os moradores também levaram um carro de som, por onde puderam expressar as dificuldades que sofrem e cobrar a reparação dos danos morais e materiais causados pela instabilidade do solo nestes bairros.
Moradores de bairros afetados pela mineração cobram indenizações durante protest
.
O ato foi marcado pelas redes sociais e compartilhado com o objetivo de cobrar indenizações aos que vivem no Mutange, Bebedouro, Pinheiro e Bom Parto. Parte desta população já deixou as suas casas e apartamentos por orientação da Defesa Civil e, nos próximos dias, será a vez de mais de 1 mil famílias deixar as moradias para evitar um desastre.
A manifestação, até o momento pacífica, está sendo acompanhada, de perto, por militares do Centro de Gerenciamento de Crises.
VERSÃO DA BRASKEM
A Braskem compreende e respeita o direito de manifestação das pessoas, e vem mantendo diálogo com a comunidade e os representantes dos equipamentos públicos e privados localizados na região de resguardo.
As medidas para encerrar definitivamente a extração de sal e fechar todos os 35 poços em Maceió foram apresentadas à Agência Nacional de Mineração e demais autoridades, e incluem a criação de uma área de resguardo em torno de 15 poços.
A estimativa é de remoção de aproximadamente 400 imóveis e 1.500 pessoas, mas o perímetro final da área de resguardo e as ações de realocação de pessoas estão sendo planejados em conjunto com a Defesa Civil de Maceió e outros órgãos públicos responsáveis.
A empresa se coloca à disposição para esclarecer dúvidas pelo telefone 0800-006-3029. O serviço está disponível das 9h às 18h e as ligações são gratuitas. A população também pode entrar em contato por meio dos pontos de atendimento nos bairros Bebedouro e Alto do Céu. Anote os endereços:
Associação dos Moradores e Amigos de Bebedouro
Rua Coronel Paranhos, 950
Funcionamento: 9h às 12h
Associação dos Moradores do Alto do Céu
Rua Santa Julia, 252
Funcionamento: 14h às 18h
GAZETAWEB.COM