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A mãe do bebê que morreu em Praia Grande, no litoral de São Paulo, passou por audiência de custódia e teve a liberdade concedida. Giulia de Andrade Cândido, de 21 anos, foi presa em flagrante por falso testemunho após tentar encobrir o parceiro, Ronaldo Silvestrini Junior, de 22, suspeito de ter agredido o enteado de um ano e três meses. Ele continua preso.

O padrasto foi detido por homicídio triplamente qualificado e a mãe por falso testemunho, na segunda-feira (6), após levarem Anthony Daniel de Andrade Moraes já morto ao hospital. No atendimento, a equipe médica constatou diversas fraturas, mordidas no rosto e hematomas espalhados pelo corpo do bebê.

Os dois se contradisseram e chegaram a dizer que Anthony teria caído da escada dois dias antes mas, após suspeitas da polícia de que o bebê havia sido agredido, foram detidos.

Giulia e Ronaldo passaram por audiência de custódia na terça-feira (7) e, de acordo com o Tribunal de Justiça, ela deverá responder ao processo por falso testemunho em liberdade. Giulia foi presa em flagrante após tentar acobertar o crime. Apesar disso, de acordo com a polícia, ainda não está descartada a hipótese de Giulia ser também responsabilizada pela morte do bebê.

Já o padrasto, que foi preso em flagrante suspeito de ter agredido a criança, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e deverá continuar preso.

Após saber que a mãe de Anthony responderá ao processo em liberdade, a avó paterna do bebê, Sílvia Helena Marcelino de Moraes, reclamou da decisão. “Eu não posso acreditar. Como eles podem soltar uma mãe dessa? Essa mulher é um perigo para a sociedade. As pessoas não têm noção do monstro que ela é.”

O pai das crianças está preso e a avó agora tenta a guarda do irmão mais velho de Anthony. A criança tem cinco anos e foi encaminhada para um abrigo em Praia Grande após a prisão do casal. Segundo a avó, o menino também apresentou marcas de agressão por todo o corpo. O velório e sepultamento de Anthony acontecerá em Bauru (SP), onde a família do pai reside, nesta quarta-feira (8).

Agressão

Anthony foi levado pelo padrasto à Unidade de Pronto Atendimento Samambaia por volta das 23h40 de domingo (5), já sem vida. A Polícia Militar foi chamada depois que os enfermeiros de plantão encontraram hematomas, fraturas e mordidas no corpo da criança.

De acordo com o relato das testemunhas à polícia, a criança chegou à unidade de saúde com sangue na boca, sendo carregado por Ronaldo. O bebê tinha uma mordida no rosto que o padrasto afirmou ter sido feita por um filhote de cachorro da família. Contestado sobre ser dentição humana, ele respondeu que teria sido um outro filho do casal, de cinco anos, que mordeu o pequeno.

Ainda de acordo com o depoimento dado à polícia, o padrasto relatou que colocou a criança para dormir às 19h de domingo após tomar mamadeira. Quando Giulia chegou do trabalho, por volta das 20h, ela teria visto o filho de longe, enrolado no cobertor, e não quis acordar o bebê, saindo para comprar salgado para o outro filho.

Já por volta das 23h30 a mãe decidiu olhar o filho, quando percebeu que a criança já estava morta no berço. Os dois enrolaram o bebê em um cobertor e levaram à emergência. Questionados sobre os ferimentos de Anthony, o casal se contradisse, dizendo primeiro que não lembravam dele ter se machucado e, já na delegacia, afirmando que ele havia caído há dois dias do alto de uma escada em formato ‘caracol’ na casa onde residem.

Questionada sobre o motivo de não ter levado a criança ao hospital, a mãe disse à polícia que não teve tempo pois trabalha muito. Em exames, foi constatado que Anthony tinha fratura no crânio, tórax, clavícula, no nariz, mandíbula e presença de sangue no ouvido e diversos hematomas na testa e no rosto

Fonte: G1