Transporte público lotado, sol forte e termômetros que não mostram menos de 25°C.

Manter as axilas sempre secas durante a rotina nesta época significa ter sempre um desodorante perto.

Mas se você percebe que o seu antitranspirante está “vencendo” rápido demais, pode ser que esteja fazendo uso incorreto dele.

O dermatologista Caio Lamunier, da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), explica que apesar de a maioria dos produtos combinarem as duas funções, antitranspirantes e desodorantes são coisas diferentes.

“O antitranspirante possui sais de alumínio que são absorvidos pela pele e fazem o bloqueio da glândula sudorípara, fazendo com que você transpire menos. O certo é passar à noite. Se você passar antes de sair você vai suar antes do produto ser absorvido e ele não fará efeito”, explica.

Por outro lado, os desodorantes têm objetivo de disfarçar o odor do suor. O ideal é utilizar nos momentos em que for transpirar mais, antes de sair de casa e antes e depois de praticar atividade física.

Os sais de alumínio das versões antitranspirantes podem irritar a pele de algumas, pessoas causando vermelhidão e coceira. A recomendação do médico é para suspender o uso do produto e procurar um dermatologista para avaliar o caso.

Quando não tratada a irritação pode evoluir para uma infecção de pele devido aos ferimentos decorrentes da coceira.

Uma alternativa para o antitranspirante é o leite de magnésia, que funciona de maneira parecida, mas com menor eficácia. É possível, também, utilizar produtos feitos em farmácias de manipulação, receitados pelo dermatologista.

Para pessoas que transpiram muito, existem remédios que têm como efeito colateral a diminuição da secreção liberada pelas glândulas sudoríparas, aplicação de toxina botulínica, que faz o bloqueio das glândulas; e a simpatectómica, cirurgia que remove o nervo simpático e é recomendada para tratamento de hiperidrose (transpiração excessiva) .
Antitranspirante pode causar câncer de mama?

Um estudo identificou presença dos sais de alumínio dos antitranspirantes nos tecidos mamários de mulheres com câncer de mama.

“Esse estudo de 2004 pegou 12 casos e atestou a presença dos sais. Desde então, foram feitas várias pesquisas em cima disso e nenhuma comprovou a relação de causa”, afirma Lamunier.

O médico explica que não é possível dizer com certeza que o alumínio não é um fator de risco, mas que a recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Oncologia e da Organização Mundial de Saúde é de que o uso é seguro, já que não existe comprovação científica do risco.

“Qualquer mulher que utiliza antitranspirante vai ter sais de alumínio no tecido mamário, pois as substâncias que passamos na pele são absorvidas, vão para a corrente sanguínea e são eliminadas pela urina”, afirma.

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