Um exame obrigatório é o último obstáculo para o grupo que pretende embarcar nos dois aviões da Força Aérea Brasileira que partirá nesta sexta-feira (7) de Wuhan, na China, epicentro do coronavírus. Por determinação do governo chinês, só são liberados para voar as pessoas com os documentos regularizados e que provem estar livres da doença após testes realizados nas clínicas e hospitais da cidade, correndo o risco, temem elas, de encontrar pelo caminho alguns dos milhares de infectados da região.

A regra foi revelada à reportagem do R7 pelo ilustrador argentino Luis Pablo Lassale, marido de uma das pessoas que deverá estar no voo rumo à Base Aérea de Anápolis, em Goiás. Os aviões brasileiros devem chegar ao país no domingo (9). “Ela está com medo de ir ao hospital, que está lotado de pessoas contaminadas”, contou.

“Nossa torcida é que permitam que se faça o teste no aeroporto mesmo, mas não temos uma posição oficial ainda”, disse o argentino às 21h de quinta-feira (6), horas antes do esperado embarque na China, previsto para o turno da noite em Wuhan (que está 11 horas à frente do Brasil).

A mulher de Lassalle é a chinesa Hui Zhang. Ela virá com a filha de um ano e meio do casal, uma brasileira que foi visitar a família da mãe pela primeira vez.

Hui Zhang está em Wuhan há 96 dias. Tinha passagem comprada para retornar no dia 25 de janeiro, mas dois dias antes o aeroporto local foi fechado por causa da epidemia de coronavírus.

Lassale está em Florianópolis, onde mora, e pretende viajar a Anápolis quando a família estiver prestes a ser liberada. “Ninguém do governo federal entrou em contato comigo, mas acredito que isso vá acontecer mais para frente.”

Sabe que antes da “alta” não verá nem de longe as duas. A saudade ele compensa falando sempre que pode com a mulher, que poderá ficar com o telefone celular durante o isolamento no Brasil. “Minha filha está há 16 dias confinada na casa em Wuhan; As duas estão muito cansadas e estressadas. Espero que logo acabe tudo isso”, afirmou.

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