Algumas questões de saúde naturalmente demandam maior atenção, principalmente, em pessoas de maior idade. Muitas delas, inclusive, não têm como arcar com os custos do tratamento e entram com ações civis, por meio da Defensoria Pública do Estado de Alagoas, para obter o medicamento. O problema é a demora para ter uma resposta sobre o processo, chegando a casos que correm há mais de um ano sem resolução.

Uma dessas histórias é a de João Cavalcanti Melo, de 87 anos. Ele precisa de suplementação alimentar por causa da idade e da dificuldade de absorver nutrientes. “Tanto a geriatra quanto a nutricionista chegaram à conclusão de que o mais adequado para melhorar o ganho de peso dele e o aumento de ingestão de nutrientes seria através de suplementos alimentares que, pela quantidade, sairia muito caro se fôssemos comprar”, explica o filho de João, Gustavo Silva.

Gustavo deu entrada no processo para o pai em fevereiro de 2019, mas, até agora, não obteve resposta. “Questionei o porquê da demora para juíza despachar o processo. A informação é que desde janeiro deste ano o presidente do TJAL decretou que todos os casos relacionados à saúde ficassem na competência da 30ª Vara da Capital, a cargo da juíza Isabelle Coutinho Dantas. Antes, de acordo com as informações dos defensores, era que três ou quatro varas atendiam todos os casos incluindo da saúde. Então, agora, apenas com a 30ª vara, os processos estão encalhados, não andam”, afirma.

Ele conta da sua indignação com o caso. “O que me deixou ainda mais revoltado foi quando falaram que pacientes oncológicos estão na mesma espera e que infelizmente a juíza ainda não está adaptada a tantos processos e à demanda que é muito grande. A Defensoria já encaminhou três pedidos e sequer a juíza abriu o processo para analisar. Com isso, os dias, meses, vão passando e não temos nenhuma resposta”.

Gustavo foi encaminhado para recorrer à Corregedoria-Geral da Justiça. “Ainda não fui por questão de tempo, mas ainda esta semana vou lá. Agora, muitos casos não têm tempo para esperar. É preciso que essa mudança seja revista [somente uma vara cuidar dos casos] e que os pacientes que estão recorrendo à Defensoria não possam esperar tanto por algo. Essa espera pode custar a vida”.

Por Victor Lima | Portal Gazetaweb.com