Mesmo de confinamento, o lutador José Aldo não parou de treinar e garantiu que vencerá Henry Cejudo na luta principal do UFC 250, que está originalmente marcado para acontecer no dia 9 de maio, em São Paulo.

Em entrevista ao site “MMA Fighting”, o brasileiro disse que sua maior preocupação não é o adversário, atual campeão do peso-galo, mas sim bater o peso para a disputa do seu segundo cinturão.

– Que se f***! Eu só preciso de uma semana de treinos para vencer o Cejudo. Estou mais preocupado em bater o peso do que com a lutar contra ele. Posso estar sem treinar, de férias, mas se me colocarem no octógono com ele, eu venço de olhos fechados. Por isso, na minha opinião, não se trata de fazer sparring ou não. Se eu só tiver um mês, ou uma semana de treinos, eu venço. Venço até sem treinar. O maior problema é o peso, por isso estou comendo corretamente. Estou tranquilo para a luta. Ninguém precisa se preocupar.

Os rumores de que o evento poderia ser disputado nos EUA, e não em São Paulo, por conta da pandemia do coronavírus, não preocupam José Aldo. O ex-campeão peso-pena do UFC diz que, mesmo respeitando o ouro olímpico no wrestling ganho por Cejudo em Pequim-2008, irá nocauteá-lo se a luta for disputada em pé, ou, por julgar ter um jiu-jítsu muito melhor que o do campeão, o finalizará se o americano decidir levar o combate para o chão.

– Eu ganho dele onde quer que a luta aconteça. Fácil. Vou nocauteá-lo rápido, não tenho a menor dúvida. A luta não vai até o quinto round, meu irmão. Não vai, não tenho nenhuma dúvida. Se ele tentar me derrubar, não vai conseguir, porque já enfrentei wrestlers melhores do que ele. Eu respeito a história dele nas Olimpíadas, ele foi campeão olímpico, parabéns. Tiro o meu chapéu pra isso. Mas o nosso esporte é totalmente diferente. Ele foi campeão olímpico nos 55kg, mas no MMA é tudo diferente. Não estou preocupado. Meu jiu-jítsu é melhor que o dele. Se ele me levar para o chão, vou finalizá-lo mesmo sem treinar há um ano. Se ficarmos em pé, vou nocauteá-lo. Ninguém precisa se preocupar. Para onde quer que a luta vá, eu vou nocautear.

Para José Aldo, o UFC precisa voltar a realizar seus eventos, mesmo com o mundo do esporte estando parado por conta da pandemia do coronavírus. O lutador acredita que, tomando-se precauções, as lutas podem voltar a acontecer, ainda que com portões fechados ou apenas com o card principal dos eventos acontecendo. Aldo acredita, assim como Dana White, que o MMA será o primeiro esporte a voltar a ser disputado no planeta, mas admite que tudo dependerá da realização do UFC 249 e de como o evento transcorrerá.

– É só testar todo mundo e tudo fica bem. Não existe razão para não lutar. O mundo não pode parar. Eu penso como o Dana White. Nosso esporte vai ser o primeiro a voltar à atividade. Ele tem um avião particular, e pode levar todos para o evento. Tudo vai depender da luta do Khabib contra o Tony Ferguson no UFC 249, e de como tudo vai acontecer. Foi tudo bem? Vamos fazer todas as lutas então, meu irmão! Temos seis semanas até a minha luta. Vamos saber como o mundo estará até lá, como Las Vegas vai estar, e teremos uma ideia melhor de quando poderemos lutar. Pode ser em qualquer lugar. Façam só cinco lutas, só o card principal. O resto, um abraço! Não me incomodo se eu tiver que entrar em um avião e lutar onde quer que seja. Eu vou lutar, vou fazer o que eu amo. Vou lutar pela minha família.

Aldo falou também sobre os treinos – ou a falta deles – e revelou estar mantendo o peso baixo, para facilitar os últimos dias do corte de peso.

– Não estamos nem perto de treinar como em um camp normal, é claro, mas estou me mantendo ativo em casa, treinando sempre que posso. Não estou relaxado ou fora de forma só porque não estou indo para a academia. Estou me exercitando, mantendo o peso baixo, me alimentando bem. Por isso tenho certeza que vai dar tudo certo.

Perguntado sobre como planeja fazer os treinos com seus companheiros de equipe quando todas as academias estão fechadas por ordem do governo, e as pessoas estão em casa em quarentena, Aldo disse que sua ideia é escolher um pequeno grupo de atletas que tenham estado comprovadamente em quarentena por duas semanas e treinar apenas com ele. O lutador revelou que a academia será aberta apenas para que eles treinem, e somente durante o período que durar o treinamento.

– Eu vou escolher um grupo de atletas, não mais que cinco, que também estejam em quarentena. Como eu sei que eles não estão infectados com o coronavírus, eles podem treinar comigo. Já provei que também não estou contaminado, porque fiquei duas semanas em casa por duas semanas. Se eles também não estão, podemos treinar com contato sem problemas. Vou treinar somente com esse grupo. Nós estamos todos isolados em quarentena. Quando esse período acabar, vamos tomar todos os cuidados necessários para podermos treinar jiu-jítsu e fazer sparring. Vamos poder treinar normalmente. A academia está fechada, mas vai abrir apenas para nós treinarmos sem risco de sermos contaminados ou contaminar outras pessoas.

UFC 250

9 de maio de 2020, em São Paulo

CARD DO EVENTO (até o momento):

Peso-galo: Henry Cejudo x José Aldo

Peso-pena: Amanda Nunes x Felícia Spencer

Peso-pesado: Alexey Oleynik x Fabrício Werdum

Peso-galo: Ketlen Vieira x Marion Reneau

Peso-pesado: Augusto Sakai x Blagoy Ivanov

Peso-galo: Bethe Correia x Pannie Kianzad

Peso-meio-pesado: Maurício Shogun x Rogério Minotouro

Peso-pesado: Carlos Boi x Sergey Spivak

Por Portal Gazetaweb, com Globo Esporte