Ame ou odeie os árbitros, mas eles são figuras centrais em qualquer partida, até mais que os próprios atletas. Um erro pode ocasionar um resultado adverso para um dos clubes e a alegria de outro. Contudo, diferentemente dos clubes e dos atletas, que têm suas receitas “fixas”, entrando ou não em campo, o árbitro recebe por partida. E com a falta de campeonatos, a renda dos profissionais do apito fica em um déficit difícil de ser preenchido com tudo parado.
O novo coronavírus chegou para ficar, pelo menos por enquanto. O mundo todo está parado e, com o futebol, não é diferente. Todos os campeonatos estaduais, regionais e nacionais aderiram à paralisação para evitar a propagação da doença.
Em entrevista à Gazetaweb, o árbitro alagoano Francisco Carlos Nascimento, o Chicão, comentou como está sendo este período de paralisação para a arbitragem. “O presidente da Comissão de Arbitragem, Charles Hebert, junto do vice, George Alves Feitosa, e da secretária-geral, Lydia Pollyana, estão trabalhando com o presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó, para possibilitar a melhor forma de resolver a situação dos árbitros”, disse.
Ele também chegou a comentar o posicionamento da CBF: “O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, tem se comunicado conosco constantemente, inclusive sobre os pilares da arbitragem, nos passando tranquilidade sobre a busca de soluções para os árbitros.”
Já para a árbitro assistente Brígida Cirilo, a questão financeira, de não depender da renda dos jogos, é um tanto mais fácil por ser professora de Educação Física na rede estadual de ensino. Os jogos são uma maneira de complementar a renda.
Com as “férias” forçadas devido à proliferação do coronavírus, igualmente aos jogadores, os árbitros e bandeirinhas estão em casa de quarentena, esperando algum sinal positivo para que possam voltar a campo e exercer a profissão. Porém, enquanto aguardam a volta, os juízes procuram também manter a forma física. “Estamos realizando treinamentos em casa. Nosso preparador físico, Luigi Alpino, nos manda todos os dias o nosso treinamento para que possamos manter a forma física. E estamos seguindo a cartilha do professor”, disse Chicão.
Brígida, assim como Chicão, passou a treinar em casa com as cartilhas passadas pelo preparador físico Luigi Alpino. A árbitro assistente é ativa nas redes sociais, onde mostra como é seu treinamento de forma adaptada para seus seguidores.
Ainda de acordo com Chicão, o presidente da Associação Nacional de Arbitragem de Futebol (ANAF), Salmo Valentim, “está buscando uma solução, junto à CBF, para nosso presente e futuro.”
Por Luiz Caldas | Portal Gazetaweb.com
Foto:AILTON CRUZ