O governo terá uma participação ainda mais acentuada de militares em cargos de segundo e terceiro escalões. É a forma que Bolsonaro encontrou para compensar o ingresso de políticos indicados por partidos direitistas e fisiológicos do chamado centrão.

Os estrategistas do Palácio do Planalto, que formam o seu núcleo duro, constituído por oficiais-generais e os filhos de Bolsonaro, projetam um governo baseado nas Forças Armadas.

Será executado um plano de reforma ministerial a ser executado no pós-crise da pandemia de coronavírus. A principal base de sustentação será formada por militares.

Reportagem dos jornalistas Renato Onofre e Talita Fernandes na Folha de S.Paulo demonstra que os militares controlam 8 dos 22 ministérios e estão em 1.349 cargos do Executivo. Além destes, é preciso contabilizar outros 881 postos ocupados por membros das três forças no Ministério da Defesa.

A reportagem assinala que novos oficiais serão colocados em posições estratégicas em ministérios. Os postos-chave hoje do Palácio do Planalto já são controlados por generais.

Bolsonaro já indicou que pretende nomear mais nomes das Forças Armadas no Ministério da Justiça, o que já começou a ocorrer no Ministério da Saúde, com a nomeação do general Eduardo Pazuello, indicado pelo próprio Bolsonaro para a Secretaria-Executiva da pasta.

Ministros que iniciaram o mandato com grande protagonismo poderão ser removidos, como Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Tereza Cristina (Agricultura).

Fonte: Brasil 247 TRIBUNA HOJE

(Foto: Marcos Corrêa/PR)