Oito governadores estão sendo investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeitas de irregularidades em contratos firmados durante a crise do novo coronavírus. As supostas fraudes têm sido alvo de ameaças de Jair Bolsonaro, que tem anunciado ações contra os governadores que enxerga como seus inimigos.

Depois do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, alvo de uma operação da Polícia Federal autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a acusação de fraude em contratos na área da saúde, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e outros governadores também estão na mira da PGR e podem passar pelos mesmos apuros.

A Procuradoria Geral da República encaminhou ao STJ pedido de autorização para abertura de inquérito contra outros sete chefes de Executivo estaduais.

Governadores têm prerrogativa de foro e só podem ser investigados depois de autorização do STJ.

A situação é delicada, porque os governadores estão pressionados pela urgência das contratações em função da pandemia de coronavírus. O governo de São Paulo, por exemplo, US$ 44 milhões (mais de R$ 242 milhões) antecipadamente por respiradores pulmonares da China cuja entrega deveria ter sido iniciada em abril. Até agora, apenas 50 equipamentos de 3.000 contratados chegaram a São Paulo, pois com a disputa mundial pelos respiradores, eles têm sido desviados em função de compras feitas com maior valor. A operação está no foco de análise pelo Ministério Público e poderá embasar as acusações da PGR bolsonarista contra Doria.

Fonte: Brasil 247 \ TRIBUNA HOJE

(Foto: GOVSP | Ag. Pará | Reprodução | GOVRJ)