O Atlético-MG ainda irá apresentar o balanço financeiro de 2019 aos conselheiros que, em votação sem data marcada, irão apreciar o documento. Ele, porém, já foi obtido pelo GloboEsporte.com. O próprio clube se manifestou nesta sexta-feira sobre o assunto, apresentando relatório da Ernst & Young. Entre pontos positivos e negativos, há a grande dívida de empréstimos que o clube precisa abater. São R$ 311,6 milhões de débito com bancos e outras pessoas jurídicas e físicas.

Neste aspecto, houve um crescimento entre 2018 e 2019 no clube mineiro, que só perde para o Athletico-PR (R$ 458 milhões) entre os 20 clubes analisados pela empresa de consultoria de gestão. O maior credor do Galo é o Banco BMG (de Ricardo Guimarães). Mas há também o surgimento de R$ 14,8 milhões emprestados pelo Banco Inter, ligado à família Menin, dona da MRV Engenharia. São os grandes parceiros do Atlético que ajudaram, por exemplo, a pagar dívida milionária na Fifa.

Houve aumentos na dívida com o Banco Daycoval (também da família Guimarães) e com o Mercantil do Brasil. A dívida de empréstimos com “pessoas físicas/jurídicas não financeiras” também ganhou força com R$ 12 milhões de acréscimos. O aumento total foi de R$ 253 milhões para R$ 311,6 milhões. Dívidas com BMG, Daycoval e Mercantil venceram no ano passado (veja abaixo).

Um contraponto a favor do Atlético é que há pagamentos de dívidas antigas, criadas por outras gestões. Em 2018, Sérgio Sette Câmara conseguiu negociar com a WRV, empresa que processava o Atlético por dívida de 2000. Entre acordos e negociações, houve redução da dívida para R$ 45 milhões em abril de 2018. Ao fim de 2019, o Galo pagou cerca de R$ 13 milhões.

Além disso, no balanço de 2019, é apresentado outro credor: Planet Invest Fomento Comercial. No quadro de sócios há Roberto Assis, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho. A empresa acionou o Galo na Justiça por conta de dívida relacionada aos direitos de imagem do ex-jogador. Em 2018, o Galo devia R$ 8,5 milhões ao empresário. Ao fim do ano passado, restavam R$ 5,6 milhões. Pagamento de R$ 2.854.447. Em julho de 2017, Atlético e Assis fizeram acordo na Justiça. A dívida inicial era de R$ 7,7 milhões e virou R$ 13 milhões, parcelados em 48 vezes de R$ 275,4 mil até 2021.

Porém, houve compromissos em aberto com “fornecedores”, que são credores em geral. De R$ 6,8 milhões em 2018, a dívida saltou para R$ 15,2 milhões. Se o Atlético tem vários credores, é também credor de instituições. Tem a receber R$ 1,5 milhão do São Paulo, além de valores referentes à venda de Chará ao Portland Timbers – R$ 24 milhões – e mais R$ 6 milhões da venda de Alerrandro em Bragantino (num total de R$ 13 milhões), considerando valores de transferências feitas de 2019 para trás.

Por GloboEsporte | Portal Gazetaweb.com

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