“Os dois policiais eram muito amigos, nada foi intencional”. Esse trecho é parte de uma nota enviada à imprensa pela defesa do sargento José Matias da Silva, suspeito de matar a tiros o colega de farda, o soldado Cristyano Rondynelli Gomes Melo, em Sergipe. O crime ocorreu no último sábado (19), após os dois militares deixarem uma festa e supostamente se desentenderem, em Monte Alegre, município do Sertão sergipano.
De acordo com a defesa do sargento Matias, os policiais passaram o dia juntos, se divertindo, em uma confraternização. A defesa afirma que nunca houve discussão ou desentendimento entre ambos, motivo até então apontado como causa do crime, segundo informações.
“Acontece que no retorno para casa, o sargento Matias em dado momento muito provavelmente sofreu um surto, eis que não possuía motivos para fazer o que fez”, trouxe a nota, reforçando que o sargento Matias “inclusive estava embriagado”.
Contrariando informações de que o sargento Matias tem um histórico de violência, a defesa disse ainda que “o militar sempre foi bom pai de família e cumpridor de seus deveres profissionais”.
Por fim, a defesa informou ainda que o sargento Matias e familiares “lamentam profundamente o ocorrido com o soldado Rondynelli e entendem a dor da família”.
O sargento Matias chegou a ser preso em flagrante no sábado, mas recebeu alvará de soltura no dia seguinte, o domingo (20). Ele assinou um Termo de Compromisso de Comparecimento, concordando em cumprir regras como ficar em recolhimento domiciliar em dias de folga e no período noturno, além de proibição de ausência na comarca.
Familiares de Cristyano cobram justiça
O TNH1 tentou ouvir o pai do soldado Cristyano, pai do soldado, José Antônio De Melo, que também é militar, mas não conseguiu contato até a publicação deste material. Nessa quinta-feira (24), o pai e outros familiares da vítima se disseram revoltados com a soltura do sargento Matias e cobraram justiça.
“Ele matou meu filho covardemente, tirou a vida e os sonho de um menino de 34 anos, pai de dois filhos. Antes do meu filho ser sepultado o sargento já estava livre alegando insanidade mental, como pode alguém com insanidade mental exercendo atividades na polícia?”, questionou o pai do soldado emocionado.
Casado e pai de duas crianças, Cristyano Rondynelli era natural de Santana do Ipanema, município localizado no Sertão de Alagoas. Ele era combatente na Polícia Militar do Estado do Sergipe (PMSE) desde 2015 e atuava no 7º Batalhão.
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