Em tempos de campanha eleitoral, o tema da saúde pública ganha centralidade nos guias eleitorais e, quase sempre, em tom de crítica. Na disputa pela Prefeitura de Maceió isso não é diferente. Logo nos primeiros programas no rádio e na tevê, o serviço de saúde da capital alagoana foi abordado pelos postulantes à cadeira atualmente ocupada por Rui Palmeira (sem partido), Alfredo Gaspar (MDB), até mesmo pelo candidato apoiado por ele e o que tem o apoio do secretário Municipal de Saúde, José Thomaz Nonô, Davi Davino Filho (PP).

À Tribuna Independente, Alfredo Gaspar evitar fazer críticas diretas à gestão de Rui Palmeira e ressalta que a pandemia do novo coronavírus apontou a necessidade do fortalecimento da saúde pública.

“Tais questões não se restringem a Maceió, a pandemia do coronavírus mostrou que o mundo inteiro precisa cuidar melhor da saúde da população. A nossa proposta para a capital alagoana inclui garantir a universalização do acesso a 100% das ações e serviços de Atenção Básica da Saúde aos usuários do SUS, com a cobertura de consultas, exames e procedimentos cirúrgicos que hoje se encontram represados. Para isso vamos promover a reestruturação completa Cora, dando eficiência ao sistema e promovendo o acolhimento e acesso do usuário aos serviços, com celeridade, eficácia e alto grau de resolução aos atendimentos”, diz o emedebista, que destaca a humanização do atendimento como uma de suas prioridades.

“Uma humanização que vai ampliar as redes de cuidados às pessoas com deficiência; rede de saúde integral da Mulher, Crianças e Adolescentes; rede de Saúde Bucal; rede de Saúde Mental; rede de Atenção às Doenças Crônicas; rede de Atenção ao Idoso; além das redes de Alta e Média Complexidade, Urgência e Emergência. Eu sempre digo que cuidar da cidade é cuidar das pessoas. Cuidar das pessoas é cuidar de sua saúde”, completa Alfredo Gaspar.

Já Davi Davino Filho, apoiado pelo titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não enumerou suas críticas ao serviço prestado pela Prefeitura de Maceió. À reportagem, ele apenas citou suas principais propostas para a área.

“Vamos implantar 20 Clínicas da Gente, com atendimento primário, exames laboratoriais, raio-x, e atendimento médico para mulheres e idosos. Cada clínica terá a capacidade de fazer até 20 mil atendimentos. Com isso vamos subir a cobertura da Saúde da Família para 70% da população maceioenses. Também vamos acabar com o Cora, criando o Click Saúde, moderno sistema com prontuário e marcação de consulta, zerando as filas”, relata o pepista.

CALAMIDADE

Outro nome entre os considerados como um dos principais candidatos, JHC (PSB) afirma que a situação da saúde pública da capital alagoana é “calamitosa”, situação que, segundo ele, reconhecida por Alfredo Gaspar, que tem o apoio do atual prefeito.

“A situação calamitosa da saúde em Maceió é reconhecida pelo próprio candidato apoiado pela atual gestão. Infelizmente, nada se avançou nesses últimos 8 anos”, crava.

“Os desafios são enormes, vão desde a necessidade de aumentar a cobertura do PSF [Programa de Saúde da Família], até reduzir drasticamente a fila de exames e consultas. Não conseguiremos os resultados que queremos cometendo os mesmos erros, por isso a gestão será técnica, eficiente e transparente, com a adoção de programas exitosos em cidades semelhantes, com robusta parceria com o setor privado, onde queremos utilizar a capacidade ociosa em horário noturno para reduzir filas. Também iremos reduzir o custo das compras de insumos por meio de compras consorciadas, evitando desperdício de dinheiro público e o absurdo de postos de saúde que não conseguem atender pela falta de medicamentos e coisas simples como ataduras”, completa.

A Tribuna procurou o secretário Municipal de Saúde, José Thomaz Nonô, mas ele não atendeu às ligações, nem retornou o contato através da assessoria da Secretaria Municipal de Saúde.

Fonte: Tribuna Independente / Carlos Amaral

(Fotos: Adailson Calheiros, Edilson Omena e Ascom / ALE)