Cerca de 850 animais silvestres foram apreendidos em duas operações deflagradas em 19 municípios de Alagoas, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com integração do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e do Instituto do Meio Ambiente (IMA) de Alagoas. Três caçadores foram presos.

As operações Opará e Curupira 10 ocorreram entre os dias 17 e 30 de novembro, e tinham como principal objetivo coibir crimes ambientais e sensibilizar a população quanto ao compromisso com a fauna e a flora.

Na Curupira 10, as equipes foram até os municípios de Murici, Messias, Flexeiras, Novo Lino, Branquinha, União dos Palmares e São José da Tapera. Esta região compõe a Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici, a maior do Estado.

Durante a operação, três caçadores foram presos em flagrante e apreendidas 10 espingardas, 17 armadilhas e carcaças de animais abatidos, além de 420 gaiolas e alçapões que foram destruídos. No total, 355 animais silvestres foram apreendidos, dentre eles, oito pássaros saíra-sete-cores, espécie ameaçada de extinção.

Foram aplicadas 14 multas para um total de R$ 132 mil. Os agentes afirmam, ainda, que a Operação Curupira 10 deve continuar com datas já determinadas. As ações visam combater o tráfico e a caça ilegal, para assim, garantir a sobrevivência de animais silvestres na natureza.

Operação Opará

A fiscalização promovida pelo Ibama, com cooperação de IMA e BPA, possibilitou a Operação Opará, termo utilizado por comunidades indígenas para se referir ao rio São Francisco. As ações de fauna e flora contaram com a participação do órgão ambiental do Estado.

A operação percorreu 12 cidades das regiões Agreste e Sertão em 12 dias, 17 a 28 de novembro. Foram mais de 500 animais silvestres resgatados, em sua maioria aves, dentre eles, o Pintassilgo-do-nordeste (Spinus yarrellii), ameaçado de extinção. A criação amadora de passeriformes nativos só pode ser exercida mediante a licença SisPass, que pode ser concedida de forma totalmente digital.

Também foram vistoriadas 34 áreas distintas de flora, equivalente a 1.056,32 hectares, com suspeita de infração ambiental. As equipes do IMA, Ibama e BPA constataram diversos casos de desmatamento, com ou sem o uso do fogo, a destaque de um alvo em Cacimbinhas que destruiu 43,2 hectares, acarretando multa de R$ 44 mil.

Importante salientar que a supressão de vegetação pode ser legal, quando realizada mediante autorização prévia do órgão ambiental competente, evitando, assim, crime passível de auto de infração.

Todos os animais apreendidos nas duas operações foram levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em Maceió, para receber cuidados adequados da equipe multidisciplinar do IMA e Ibama. Os responsáveis por danos à vegetação natural foram autuados e deverão se comprometer com alguma forma de compensação às áreas destruídas, além do pagamento de multa.

Por Thiago Gomes | com IMA \ GAZETAWEB.COM

FOTO: IMA