Após oito anos na administração da capital alagoana, o ex-prefeito Rui Palmeira deixou o cargo neste dia 01 de janeiro. Em entrevista ao CadaMinuto, Palmeira realizou um levantamento do seu legado deixado para a cidade, como os avanços na educação e na habitação.

Atualmente, Maceió enfrenta os problemas ocasionados pela pandemia do novo coronavírus e necessita de avanços na área da saúde, principalmente na ampliação da assistência da atenção básica.

Confira a entrevista:

Após oito anos a frente da administração da cidade, qual principal legado acredita estar deixando para os maceioenses?

O trabalho feito na Educação Municipal é algo que me deixa muito feliz. Conseguimos elevar as metas do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica, o Ideb. Além disso, entregamos 17 Cmeis, reformamos escolas e quadras, devolvendo, assim, satisfação à comunidade escolar, proporcionando melhorias para estudantes e servidores. Quando assumimos, Maceió disputava a última colocação entre as capitais no Nordeste. Hoje a gente deixa a capital na 4ª colocação, muito perto da 3ª, que é Salvador.

Qual comparativo poderia fazer da Maceió que o senhor encontrou para a Maceió de hoje?

Foram muitos avanços em diversas áreas, em relação à gestão anterior. Conseguimos, por exemplo, implantar o maior programa habitacional da história de Maceió. Reduzimos o déficit habitacional na cidade com a construção de novas 10.772 unidades levando mais qualidade para as famílias beneficiadas. Conseguimos investir em áreas carentes da cidade, em infraestrutura. Levamos saneamento, pavimentação, asfalto, para dezenas de localidades desassistidas e vamos deixar muitas obras em andamento e R$ 270 milhões garantidos para que próxima gestão dê continuidade a esse trabalho do programa Nova Maceió.

Atualmente, qual a área avalia ser a mais delicada da cidade?

Maceió é uma das cidades mais desiguais do Brasil. Infelizmente, a cidade não tem condições de ter um programa próprio de distribuição de renda – como o Bolsa Família, por exemplo. Mesmo assim, conseguimos deixar quase 11 mil moradias, nos últimos oito anos, para as pessoas mais carentes, que receberam a dignidade da casa própria. Claro, é preciso muito mais, mas é preciso investimentos.

Qual o principal desafio do próximo gestor?

O novo prefeito vai seguir com o desafio de governar um município com uma grande desigualdade social, como citei anteriormente, além de enfrentar a crise econômica e política do país. Já que estamos diante de uma pandemia, destaco aqui o desafio para a Saúde do Município. Quando assumimos a Prefeitura, há 8 anos, Maceió tinha pouco mais de 30% de cobertura em atenção básica. Hoje a gente deixa a cidade com pouco mais de 45%. Conseguimos um aumento significativo, mas, obviamente, é preciso avançar mais e chegar em locais onde não conseguimos. Infelizmente, o recurso que temos para a saúde é insuficiente e mal dá para a folha de pagamentos. Sobra pouco para investir e pacontratação de novos profissionais. Nosso PSF [Programa de Saúde da Família], com os concursados, tem um valor muito alto, sendo um dos maiores custos do Brasil. Acredito que um caminho para avançar na atenção básica é parceria com o Governo do Estado e levar policlínicas, clínicas de saúde da família, com aportes estaduais e municipais poderia ser um caminho para aumentar essa cobertura em nossa cidade.

Tem arrependimentos de ter tomado algumas decisões sobre administração da cidade?

Quando assumi a Prefeitura de Maceió, busquei formar uma equipe técnica para administrar o município da melhor forma possível. Tivemos secretários, diretores, coordenadores e servidores que exerceram o cargo pela competência e o conhecimento técnico de que cada pasta ou cargo exigia. Então acredito que todas as decisões foram baseadas em um trabalho em equipe e por isso o resultado teve êxito.

*Estagiário sob supervisão da editoria

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Foto: Assessoria