Na reta final da campanha municipal é fácil entender, a partir dos números do Ibope, divulgados na última segunda-feira (23), porque o candidato Alfredo Gaspar (MDB) segue “pesado” e com dificuldades de agregar votos. O problema pode estar em um de seus mentores, o prefeito Rui Palmeira (sem partido) que teve sua desaprovada por 53% maceioenses conforme apontou a consulta aos entrevistados.

Candidato de Rui e dos Calheiros, Gaspar acabou personificando na eleição o continuísmo e o domínio político articulado pelos dois gestores, ao mesmo tempo, que não consegue seduzir o eleitor como propostas novas.

Os percentuais já desfavoreciam Palmeira desde os levantamentos realizados ainda no primeiro turno, mas, na média, os entrevistados sempre mantiveram uma posição duramente crítica quanto ao seu segundo mandato. Já em 09/10 eram 49% os que o rejeitavam. Duas semanas depois, apenas 1% recuou, mas o percentual em 23/10 continuava elevado com 48% que seguiam desaprovando-o.

Bastou chegar o mês de novembro, período decisivo do pleito, que a reação negativa teve o seu maior pico, chegando a 56% de desaprovação em 11/11, uma semana antes do primeiro turno. Nesse período, Gaspar que até então havia utilizado pouco o padrinho mudou de estratégia e colocou Rui para interagir em seu guia. Foi um desastre, pois não só ficou mais exposto como atrapalhou ainda mais o candidato governista.

A tendência negativa se manteve e na segunda-feira (23) outros 53% continuaram desaprovando sua gestão. Coincidência ou não, o percentual surge no momento em que Rui está fora da campanha por ter adquirido Covid-19.

A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL) com o número AL-08875/2020. A margem de erro de 4%, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. Foram ouvidos 504 eleitores, entre os dias 21 e 23 de novembro.

Marcos Rodrigues | Portal Gazetaweb.com
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