Gostar de tomar sol – o que para muitos chega a ser um vício – está ligado a uma propensão genética, segundo um estudo da King´s College London, do Reino Unido, publicado na quinta-feira (10) no Journal of Investigative Dermatology. Segundo os pesquisadores, isso deve ser levado em conta em campanhas de conscientização sobre o câncer de pele.

Segundo a pesquisa, além de genes envolvidos, pesam ainda traços comportamentais e de personalidade e função cerebral.

Os pesquisadores analisaram o comportamento e a genética de 2.500 gêmeos. Eles concluíram que gêmeos idênticos eram mais propensos a ter um comportamento semelhante de busca pelo sol do que gêmeos não-idênticos, indicando que a genética desempenha um papel fundamental.

A equipe identificou cinco genes-chave envolvidos no comportamento de busca pelo sol a partir de uma análise mais aprofundada de 260 mil participantes de outros segmentos. Alguns desses genes foram associados a traços comportamentais ligados ao vício, como tabagismo, consumo de maconha e de álcool e número de parceiros sexuais.

“Quando olhamos para os genes envolvidos no comportamento de busca pelo sol, observamos uma clara ligação com genes associados ao vício e a comportamentos de risco. Seria interessante investigar as conexões entre a busca do sol e outros vícios e a regulação genética e a biologia por trás deles”, afirmou a pesquisadora Marianna Sanna, do Departamento de Pesquisa de Gêmeos e Epidemiologia Genética da King’s College London e principal autora do estudo, em nota.

Já o autor sênior Mario Falchi, ressalta que esse tipo de “vício” também pode levar a danos à saúde. “Os resultados do estudo sugerem que lidar com a exposição excessiva ao sol ou o uso de bronzeamento artificial pode ser mais desafiador do que o esperado, pois é influenciado por fatores genéticos. É importante que as pessoas estejam cientee dessa predisposição, pois as ajudará a ter mais consciência dos danos potenciais da exposição excessiva ao sol”, afirmou em nota.

A dermatologista Veronique Bataille, que também participou da pesquisa, aponta que muitas pessoas viciadas em sol estão cientes disso. “Elas continuarão a se expor excessivamente, mesmo que tenham fatores de risco claros para o câncer de pele. A pesquisa mostra que a presença de genes que regulam o vício e outros comportamentos de risco podem explicar essa reticência em mudar de comportamento”, finaliza.

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