O Fluminense apresentou na manhã deste sábado Roger Machado como seu treinador para as temporadas de 2021 e 2022. Ele chega com uma comissão própria, formada pelos auxiliares Roberto Ribas e James Freitas, além do analista de desempenho Jussan Anjolin Lara. Um dia depois da entrevista coletiva que marcou o fim do trabalho de Marcão no comando do time, o novo técnico falou pela primeira vez com a imprensa e não escondeu a emoção:

– Confesso que esse momento ele para mim foi esperado por muito tempo. Poder estar sendo anunciado como treinador do clube depois de 13 anos como atleta profissional aqui, e tendo tido parte da minha vida aqui na instituição. Sei o desafio que tenho em mãos, o tamanho da responsabilidade, mas tenho certeza, dando continuidade ao trabalho feito até o momento, temos possibilidade de seguir construindo a história do clube com conquistas. É uma honra muito grande, muito obrigado.

Livre no mercado desde setembro, quando deixou o Bahia, Roger também havia sido procurado pelo Athletico-PR nos últimos meses, mas optou pela proposta do Fluminense. Questionado sobre o que pesou para sua escolha, o treinador admitiu que o coração falou mais alto ao decidir voltar ao clube onde jogou entre 2006 e 2008 e foi o herói do título da Copa do Brasil de 2007:

– Evidentemente o fator decisivo dessa combinação que me trouxe até aqui foi entender o planejamento, o projeto que me mostraram, e passei a entender o que gostaria de fazer para esse momento, de poder ajudar a reformular o clube. Disputar competições importantes, trabalhar com o que eu entendo, que é essa combinação importante de revelações, que Xerém nos dá, e a experiência de jogadores mais vividos. Mas não posso deixar de dizer que emocionalmente teve uma decisão muito forte de voltar para casa, a esse ambiente que 13 anos atrás convivi com muita intensidade. De me relacionar com pessoas que muitas delas ainda estão por aqui, construindo a história do clube, e pude participar durante três anos (2006, 2007 e 2008), em uma das fases mais importantes que vivi.

“Tem as motivações profissionais, mas sem dúvida o coração falou bem alto no momento da decisão dessa parceria”.

Roger foi apresentado ao lado do presidente do clube, Mário Bittencourt, e do diretor executivo de futebol, Paulo Angioni, que deram as boas-vindas ao treinador. Durante a coletiva, o mandatário tricolor explicou que há uma multa bilateral no contrato, sem revelar o valor, mas reforçou a convicção pela escolha e citou o próprio exemplo com o antecessor Odair Hellmann para passar tranquilidade ao novo técnico:

– A gente faz análise da carreira, e não tem um clube onde ele trabalhou que não tenha saído com mais de 50% de aproveitamento. Infelizmente há a cultura do futebol brasileiro da linha de corte do resultado. Quando se quer levar à descontinuidade do trabalho, escolhe os últimos. Durante período que pediam para seccionar o trabalho do Odair, a gente optou por manter porque dois ou três resultados ruins em sequência não apagariam 20 anteriores. Antes do jogo contra o Atlético-GO na Copa do Brasil, o Angioni se reuniu com o Odair e avisou que o trabalho continuaria independentemente do resultado. A gente é convicto do que faz – afirmou Mário, lembrando a coincidência de Roger ser apresentado no dia do aniversário de 78 anos de Carlos Alberto Parreira, técnico que marcou o nome no clube e virou uma espécie de “conselheiro”:

– Parreira é um cara que eu admiro muito, tem uma história linda aqui no clube também, foi campeão brasileiro de 84, campeão do mundo com a Seleção, e ligo muito para ele para me aconselhar.

Globoesporte.com
Divulgação/Fluminense