É com essa dolorosa conclusão que o economista e professor Cícero Péricles inicia a sua análise sobre o momento vivido pelo Brasil, Alagoas em particular, no atual momento de avanço da pandemia.

Desde sempre, ele nos trouxe os impressionantes números do auxílio emergencial no ano passado, quando 1,2 milhão de alagoanos receberam R$ 5,4 bilhões do benefício, resultando num incomparável crescimento do consumo – o que se refletiu na subida de arrecadação do ICMS, o principal imposto estadual.

Convidado do Ricardo Mota Entrevista desta semana, Cícero Péricles considera muito positivo o retorno do auxílio emergencial, mesmo que num valor bem mais baixo:

– Os R$ 300 milhões que chegarão a Alagoas a cada mês, e serão quatro meses, serão destinados agora, exclusivamente, à compra de alimentos. Não teremos mais a demanda verificada no ano passado por material de construção. Agora é só comida.

O que não é pouco para um povo tão pobre.

A entrevista foi gravada na quinta-feira, antes, portanto, do anúncio do pacote do governador Renan Filho para socorrer empresários e microempresários de bares, restaurantes, lanchonetes e similares – os mais prejudicados, neste momento.

Ele defendeu a intervenção do governo do Estado, através da sua Agência de Fomento Desenvolve, que se maninha num “injustificável silêncio”.

A ajuda veio, mas ele alertou:

– Os R$ 5 bilhões do governo estadual já estão comprometidos. Todo mundo – deputados, prefeitos, vereadores – querem uma parte do dinheiro, e devem ter: em obras e investimentos para os seus redutos.

(Era melhor ter ficado calado.)

Ricardo Mota Entrevista

Domingo, às 10h30, na TV Pajuçara

Convidado: Cícero Péricles, economista e professor da UFAL

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