Mais de 200 mil consumidores alagoanos estão com algum tipo de conta em atraso, conforme dados da pesquisa Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pelo Instituto Fecomércio AL. Nesse último mês de agosto, o endividamento chegou a 68,8%, sendo o maior percentual de endividamento dos últimos 11 meses, perdendo somente para agosto de 2020.

O percentual de famílias com dívidas em atraso também acompanhou esse movimento de alta: são mais 12 mil inadimplentes nos últimos quatro meses, chegando a 58 mil pessoas nesta situação. Em abril, a inadimplência alcançava pouco mais de 47 mil pessoas. Quando avaliada a variação mensal (julho/agosto), o percentual teve alta de 4,94%, inserindo mais 3 mil maceioenses neste grupo.

O cartão de crédito permanece como o principal fator gerador de dívidas, tendo sido utilizado por 97,8% das famílias na aquisição de bens e serviços. Com 22,5% de uso, o carnê se manteve na segunda posição na modalidade de endividamento, com percentual de 22,5%, mas outros recursos também foram meios de endividamento, a exemplo do cheque especial (0,4%), do crédito consignado (4,9%), empréstimo pessoal (4,6%), prestação de carro (3,8%) e de casa (7,1%).

Observando os dados da pesquisa, o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, diz que todos os indicadores de endividamento (total de endividados, endividados com contas em atraso e os que não têm condições de pagar) estão crescendo de forma sustentada nos últimos quatro meses, aproximando-se cada vez mais dos patamares do mesmo período do ano passado, quando o nível de endividamento foi considerado crítico.

O único indicador que, mesmo crescendo, continua em patamares significativamente inferiores aos do ano passado é o das pessoas que “não terão condições de pagar”, que ficou 54,8% abaixo do volume visto em agosto de 2020, quando 50 mil pessoas declararam não terem condições e nem expectativa de honrarem seus compromissos, enquanto em 2021, somente 22.700 pessoas se encontram nessa fase mais delicada da inadimplência.

Os endividados passam de três a seis meses (62,1%), gerando um comprometimento médio de 29,7% da renda durante o tempo de parcelamento.

*Com assessoria. \ CADA MINUTO

Comércio de Maceió / Fecomércio