Milhares de pessoas, entre elas, representantes de diversos movimentos sociais e culturais estiveram, neste sábado, na Praça dos Martírios para ouvirem o último pronunciamento de Renan Filho, como governador do Estado. Acompanhado da família e de deputados, como Paulo Dantas e do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, Renan falou de sua trajetória para chegar ao Governo de Alagoas e fez um balanço de seu mandato. “Percorri Alagoas pedindo o voto de confiança para que eu transformasse este mandato em minha missão de vida. Transformamos um estado cabisbaixo em um estado de oportunidades”, afirmou ele.

Em seu discurso, Renan Filho falou sobre a Segurança Pública, afirmando que “Alagoas era o estado mais violento do País. Por muitos anos a responsabilidade da Segurança foi transferida a outros. Quando assumi o mandato de governador, garantimos aos alagoanos que seríamos responsáveis pela Segurança. Durante nosso mandato, Alagoas teve a maior redução de violência entre todos os estados brasileiros”.

O governador falou também sobre os avanços na área da saúde, com a construção de seis grandes hospitais e dez Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), além de quatro hospitais, já em construção. Dos investimentos em educação e infraestrutura, inclusive sobre Alagoas ter sido premiado como detentor das melhores estradas. Renan ressaltou que deixa R$ 4 bilhões nos cofres, sendo que R$ 2 bilhões são para investimentos, que irão garantir a promoção da continuidade do progresso.
População lotou a Praça dos Martírios para acompanhar o discurso de Renan Filho (Foto: Edilson Omena)

Ainda em seu pronunciamento de despedida do cargo, Renan Filho fez um apelo à população para que acompanhe também a situação do País. “Temos um PIB menor que em 2014. O povo está mais pobre. Nós fomos o primeiro Estado a recuperar o PIB de 2014, já no ano de 2018. O desenvolvimento deve ser para todos, mas se assim não for possível, devemos direcionar para os que mais precisam”, declarou.

Ele disse que seu mandato foi voltado para o cuidado com os mais pobres, e destacou o Programa Criança Alagoana (Cria), como o maior programa de transferência de renda aos que mais necessitam. Em tom de humildade, Renan disse: “deixo o governo com a sensação do dever cumprido. O que não consegui realizar meu sucessor fará”.
Além do discurso à população, Renan conversou com a imprensa (Foto: Edilson Omena)

Renan alertou ainda que “tanto Alagoas quanto o Brasil precisam caminhar com quem está do lado do pequeno empresário, de quem acorda cedo e que tem as mãos calejadas pelo trabalho. Com alguém que imagine que o filho do pobre precisa ter as mesmas oportunidades que o do rico. Alagoas também precisa escolher se quer a Alagoas do passado ou quer uma Alagoas do futuro, inclusiva, que pensa nas pessoas”.

Quem assume

Renan deixa o governo para concorrer a uma vaga ao Senado. Em seu lugar assume, na tarde deste sábado, o presidente do Tribunal de Justiça (TJ/AL), desembargador Klever Loureiro, que fica no cargo durante os próximos 30 dias.

O desembargador assume o cargo, já que o Estado não possui vice-governador. Luciano Barbosa foi eleito prefeito de Arapiraca. Conforme a Lei Eleitoral, o próximo na linha de sucessão, após o vice-governador, seria o presidente da Assembleia Legislativa (ALE), o deputado estadual Marcelo Victor (MDB). No entanto, se ele assumisse o cargo não poderia seria ser candidato à reeleição de deputado.

Durante os trinta dias em que o Estado será comandado pelo presidente do TJ, a Assembleia Legislativa, por meio dos 27 deputados fará eleição suplementar para a escolha do governador que terá a missão de cumprir o restante do mandato herdado de Renan Filho.

O governador tampão, eleito pelos deputados, fica no cargo até 31 de dezembro e poderá ser candidato nas eleições deste ano. Em tese, qualquer cidadão pode se candidatar ao governo suplementar, desde que cumpra os pré-requisitos eleitorais, como estar filiado a um partido, dentro do prazo mínimo estabelecido e possuir domicílio eleitoral fixo. A partir daí, é preciso ficar atento aos prazos do edital de eleição, que será publicado pela Assembleia Legislativa de Alagoas.

Por TRIBUNA HOJE / Sirley Veloso – colaboradora
Foto: Edilson Omena