Após um laudo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apontar riscos nos Cânions do Rio São Francisco em Alagoas e Sergipe, tradicionais pontos turísticos terão adaptações. As mudanças já começaram a ser implantadas e visam evitar tragédias como a de Capitólio (MG), que provocou a morte de dez pessoas no início do ano.

Segundo a Defesa Civil Estadual, as prefeituras dos municípios de Delmiro Gouveia, Olho D’água do Casado e Piranhas, associações e empresas que atuam no turismo da região foram orientadas a adotar medidas de prevenção e segurança, como distanciamento, instalação de balizamentos em trechos como flutuadores, Talhado, imagem de São Francisco, Show da Natureza, Pedra do Gavião e Praia da Cruz.

Como explica o coordenador da Defesa Civil Estadual coronel Moisés Melo, durante todo o ano milhares de turistas realizam os passeios aos cânions e é necessário que medidas de mitigação de riscos sejam realizadas. Entretanto, as mudanças não devem impactar no turismo local.

“Não vai afetar o turismo. Algumas áreas já estavam isoladas. As Defesas Civis municipais e os empreendedores farão o balizamento de alguns locais. Nós da Defesa Civil trouxemos os geólogos, os pesquisadores e fizemos as orientações para que os órgãos e entidades locais adotem as providências e juntos buscarmos soluções para os problemas. A parceria público-privada envolve o trend local. Isso será feito de imediato por eles. O balizamento da Pedra do Gavião, retirada de escada da imagem do Rio São Francisco”, diz Moisés Melo.

As mudanças que devem ser mais sentidas pelos turistas envolvem as áreas de banho no Talhado, flutuadores e ancoradouros no curso do rio onde as embarcações realizam paradas.

O coordenador da Defesa Civil explica que um ponto será realocado e o outro passará por alterações de tamanho. “São medidas de precaução, de segurança, vai ter distanciamento de locais de visitação para que as embarcações não fiquem tão próximas dos locais de risco. Será uma situação de risco controlado, as pessoas poderão tirar fotos, fazer o passeio tranquilamente, dentro da margem de segurança. Nos locais de banho, piscinas, com ancoradouros, uma piscina será realocada e a outra terá o formato redimensionado. Atualmente é quadrada e agora passará a ser retangular para garantir um distanciamento de segurança. As mudanças já começaram e devem ser implantadas em tempo recorde.”

A partir da efetivação de todas as mudanças, a fiscalização caberá a órgãos federais. “A fiscalização caberá à Marinha e ao ICMBio. São essas entidades que farão a fiscalização do cumprimento das medidas de segurança”, diz o coronel Moisés Melo.

TRIBUNA HOJE

Foto: Assessoria