A dúvida ronda ou não o pensamento do senador Fernando Collor de Mello (PTB) em relação às eleições deste ano? Eu desconfio que não! Creio que o senador Collor já tem o martelo batido sobre seu destino político, mas constrói a sua narrativa para a mudança de rumos. Legítimo, natural da política que é feita de discursos…

Afinal, é necessário construir um caminho!

Dominando as redes sociais há muito tempo, Fernando Collor tem feito isso por meio do seu território. Aquele senador que afirmava categoricamente, quando indagado sobre a possibilidade de disputar o Executivo, se era candidato à reeleição, já não existe mais.

Fernando Collor – fora dos principais blocos políticos que disputam o governo estadual – indagou ao seu público, por meio de uma enquete, qual cargo deveria disputar. As respostas foram dadas por seus seguidores: 54% destes afirmaram que o senador do PTB deve disputar o governo estadual. Enquanto isso, 46% disseram que ele deve ser candidato ao Senado Federal.

Collor fez questão de dar publicidade fixa – em suas redes sociais – ao resultado dessa consulta.

É claro, portanto, que é um elemento a mais na narrativa para justificar as mudanças de planos. Ou seja: nesse momento, Fernando Collor trabalha para brigar pelo Palácio República dos Palmares.

Em um primeiro turno, Collor embaralha a disputa. Lembro que antes da obrigatoriedade das pesquisas registradas, houve um levantamento que colocou Fernando Collor de Mello como possível postulante ao cargo de governador. O cenário ficou embolado. Havia um empate técnico entre os três primeiros colocados, com Collor nesse trio.

Obviamente, era um outro momento, mas um termômetro a mais para Fernando Collor de Mello.

Os números animam os mais próximos do senador collorido. Afinal, a disputa pelo Senado Federal, diante do favoritismo do ex-governador Renan Filho (MDB), constatado em pesquisas, torna o retorno ao Senado Federal muito mais tortuoso. Collor não é bobo! Ele sabe muito bem disso.

Qual o caminho de Fernando Collor agora? Buscar as composições que viabilizem uma candidatura ao Executivo. Ele precisa de vice, precisa de um nome para o Senado Federal e de ter o apoio declarado e aberto do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Estes não são grandes obstáculos.

É válido lembrar que apesar do presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira (Progressistas), ser um dos aliados de Bolsonaro, o candidato de Lira ao governo – o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) – não abrirá o palanque para o chefe do Executivo federal. Cunha é terceira via ontem, hoje e amanhã.

No mais, os atuais afagos de Collor a Lira se dão por um motivo óbvio: construir o seu palanque sem confrontar outro aliado importante de Jair Bolsonaro nesse momento e, desta forma, construir o cenário local sem grandes traumas. Minha aposta: Collor só não é candidato ao governo se não houver o xadrez com as condições favoráveis. Hoje, elas existem!

CADA MINUTO

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