O Sindicato dos Metalúrgicos de Alagoas (Sindimetal) definirá em assembleia se os trabalhadores do grupo GPS, antiga Comau do Brasil, irão deflagrar greve. Eles cobram pagamentos de horas extras e outros benefícios que foram alterados desde abril após mudança na gestão. A situação envolve cerca de 800 trabalhadores.

De acordo com o presidente do Sindimetal, Jobson Ferreira Torres, desde o mês de abril deste ano foram implantadas mudanças na forma como é feito o pagamento de salários. Além disso, ele denuncia que as horas extras deixaram de ser pagas.

“Desde o mês de abril quando essas empresas do grupo GPS compraram a Comau do Brasil que há mais de quinze anos presta serviços à Braskem. Essas empresas já chegaram fazendo mudanças contra o direito dos trabalhadores, como mudando sistema de horista para mensalista fazendo com que os trabalhadores percam o direito de receber cinco dias por ano. Também mudou a data de pagamento do adiantamento quinzenal do dia 15 para o dia 20 e a data de pagamento do dia 1° para o 5º dia útil do mês subsequente e além disso deixou de pagar horas extras”, pontua.
Ele detalha ainda que as mudanças prejudicam os trabalhadores e ferem pactos firmados anteriormente entre a empresa e os empregados.

“A Eleva Facilities, em prejuízo dos empregados, impôs mudanças na forma e na data de pagamento salarial, violando o que foi pactuado, há anos, nos contratos de trabalho; sucessivamente, nega pagamento de horas extras e, quando paga por meio de reclamação volta a deixar de pagar as realizadas em mês seguinte; deixa de pagar valores de férias que são agregados aos salários, e só quando o trabalhador reclama diz que vai pagar depois; continua devendo valores de rescisões a centenas de demitidos dos contratos determinados realizados nas paradas da Braskem, inclusive diferenças dos 13% conquistados em convenção coletiva, que era para ser pago no mês da data base (maior), além de outras irregularidades”, reclama.

Ainda segundo o representante da entidade, as negociações com a empresa não avançaram de forma que atendessem a todos os pleitos dos trabalhadores. Desta forma, eles vão definir em assembleia se vão paralisar as atividades.

“Nós estávamos negociando. Mas devido ao acúmulo sucessivo quando resolveu uma coisa aparecia outra e assim criou-se uma bola de neve. Então como não se tem resposta viaa diálogo a gente convocou uma assembleia para decidir sobre greve e que será realizada nesta sexta, caso a chuva atrapalhe já temos outro edital para segunda, dia 11”, diz.

Jobson diz ainda que a empresa é obrigada a manter os mesmos direitos trabalhistas, ou firmado mediante negociações, o que segundo ele não ocorreu. “A empresa já propôs sobre dois pontos de mudança que ela realizou: uma compensação equivalente a quinhentos reais que eu ainda vou submeter aos trabalhadores. Mas o que eu acho muito pouco porque ela tem a obrigação de manter os mesmos direitos perante a lei. E no sistema de mensalista pra o qual ela mudou poderia sim, é um sistema legal, mas se tivesse sido esse sistema pactuado lá atrás. Porque esse sistema prejudica com cinco dias a menos o trabalhador e aí ao invés de o trabalhador manter recebendo todos os dias do ano ele vai perder cinco dias, então esses quinhentos reais propostos pela mudança da data de pagamento e do sistema de pagamento não está ainda compensando quinhentos reais. De toda forma vamos submeter aos trabalhadores se eles aceitarem são dois pontos resolvido, mas não quer dizer com isso que está tudo resolvido porque são apenas dois pontos, temos outros problemas envolvido também”, acrescenta.

A reportagem tentou contato com a empresa Eleva Facilities, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Por Tribuna Independente
Foto: Edilson Omena