O delegado Sidney Tenório, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), confirmou, em entrevista à TV Pajuçara, que ao menos oito pessoas já procuraram uma unidade policial em Maceió para denunciar o crime de estelionato conhecido como “Golpe do X Vermelho”.

Segundo a Polícia Civil, o crime é praticado por supostos detentos que entram em contato com a vítima, geralmente moradora de comunidade onde há atuação de traficantes de drogas, e se apresentam como líderes de facção criminosa. Por meio de aplicativo de mensagens, os suspeitos tentam convencer que a vítima delatou o esquema de drogas e cobram uma quantia em dinheiro para ela não morrer.

Sidney Tenório destacou que o trabalho de investigação da polícia descobriu que as gravações e os áudios saíram de dentro de presídios do estado de São Paulo e foram realizados por homens ligados a grupos criminosos.

“Geralmente são pessoas reclusas no sistema prisional que passam o dia tentando aplicar golpes. Eles pegam números aleatoriamente e quando acertam em alguém que mora em área periférica, onde existe a questão do tráfico de drogas, passam a alegar que essa pessoa delatou a facção criminosa, gerando prejuízo como apreensão de droga e arma de fogo. Aí eles passam a pedir para as vítimas que façam depósitos bancários e transferências via Pix para sanar esses prejuízos para a facção”, contou.

“Em Maceió, já houve depósitos bancários em contas que geralmente são de facção de fora do estado. Ao menos oito casos já foram registrados na Central de Flagrantes e uns deles vieram para a delegacia de Crimes Cibernéticos, para que a gente identifique de onde estão partindo essas ligações”, acrescentou Tenório.

O delegado também destacou que os criminosos usam uma imagem marcada com um X vermelho, que é para avisar a vítima que ela está marcada para morrer. “A atribuição deste tipo de crime, que é estelionato, é do distrito da área, mas normalmente se pede o apoio, e o caso vem pra cá, com tentativa de que a gente localize de onde estão partindo essas chamadas. Eles usam números descartáveis, em alguns tipos de golpe, depois mudam, e nessas eles usam número com DDD de São Paulo, onde está sediada a principal facção criminosa do país”, finalizou.

TNH1.COM

Reprodução/TV Pajuçara