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A Petrobras reduziu 6% no preço médio de venda do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, para as distribuidoras. O botijão de 13kg, que saía da Petrobras custando R$ 52,39, agora está custando R$ 49,19. Mesmo com a redução de R$ 3,20 para as distribuidoras, o gás continua pesando no bolso dos consumidores e os revendedores têm sentido diminuição nas vendas em Alagoas.

Para continuar cozinhando, a dona de casa Eliane Maria da Silva tem comprado o gás de cozinha parcelado no cartão de crédito. “A gente não tem como diminuir o consumo ou deixar de cozinhar. Antes, eu ligava para várias revendedoras, mas a variação é muito pequena, aí já tenho um revendedor fixo. Compro por R$ 120, parcelado em duas vezes. Geralmente, o botijão dura um mês e meio, aí quando termino de pagar um, já é a hora de comprar o outro. Lembro da época que comprava por R$ 80”, afirmou.

No bairro da dona de casa Maria da Apresentação, o botijão é encontrado por R$ 110. “Comprei por R$ 110 na última vez. Está um absurdo o preço do gás. Como eu moro sozinha com o meu marido, tento cozinhar menos para ver se dura mais, fazer apenas o essencial. Passo pouco mais de um mês com o botijão”, contou.

Comerciantes maceioenses apontam redução média de 20% nas vendas

A Adrielly Tenório é proprietária de uma revenda autorizada em Maceió. Ela disse que sofreu uma redução média de 20% nas vendas. “Tem mais ou menos um mês que sofremos aumento no preço, aí teve a redução. Às vezes, o cliente espera um pouco mais para ver se vai ter alguma redução no preço final. Estamos na expectativa também, esperamos que reduza. Desde o início da pandemia, o reajuste sofreu muitas oscilações. Teve mês que tivemos três aumentos. Tivemos uma redução de 20% nas vendas. Agora, está estabilizando, mas esperamos que, após as eleições, as vendas aumentem”, afirmou.

A Fernanda Micaelly também trabalha com revenda de gás de cozinha e contou que as vendas reduziram pela metade. “Diminuiu bastante. Por semana, vendíamos uns dez botijões, agora não chega nem a cinco. Reduziu pela metade. Antigamente, tínhamos estoque. Hoje, a gente só solicita quando o cliente pede. Mesmo com a redução, está difícil. Na semana passada, estávamos vendendo por R$ 115 em dinheiro e R$ 120 no cartão. Agora, está R$ 112 em dinheiro e R$ 117 no cartão. O mercado está muito instável e, com essa instabilidade, acaba afetando todas as revendedoras autorizadas, não tem como não ter uma queda na venda do gás”, disse.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em janeiro deste ano, o preço final do gás de cozinha ao consumidor alagoano era menos de R$ 100. Em outros estados, o valor já ultrapassava os R$ 120.

O economista Diego Farias explicou que a diferença de preço do GLP praticada em cada estado se deve a dois fatores. “Nós temos a logística que, quanto mais longe das refinarias e maior o estado, mais caro o botijão será, e o ICMS. Mas, apesar das fortes altas dos últimos meses, a tendência é a diminuição do preço no próximo ano”, afirmou.

TRIBUNA HOJE

Foto: Sandro Lima