A alagoana Evelyn Gomes apresentará ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) uma denúncia de violações de direitos humanos relacionada à destruição dos bairros de Maceió causada pela extração de sal-gema feita pela Braskem. As violações serão apresentadas na quarta-feira, 28, na 53ª Sessão do organismo internacional, em Genebra, na Suíça.

Evelyn foi selecionada para participar do evento da ONU junto com os ativistas Lucas Enock e Rafaela da Cunha Pinto, através do Edital Ecoar, promovido anualmente pelo Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos (IDDH). O objetivo é pressionar e influenciar a formulação de políticas e a alocação de recursos públicos, levando pautas brasileiras relevantes para o cenário internacional.

O afundamento do solo causado pelas quatro décadas de exploração de sal-gema forçou o deslocamento de cerca de 60 mil pessoas dos bairros Pinheiro, Mutange, Bom Parto, Bebedouro e Farol. “Esse é o maior desastre socioambiental em zona urbana registrada no mundo e precisamos que as instituições internacionais acompanhem de perto o caso, para que as pessoas que perderam suas casas sejam justiçadas e que os culpados sejam responsabilizados”, disse Evelyn, que é idealizadora do Observatório Caso Braskem, ao site Diário do Poder.

Dirigente de um laboratório de inovação que atua na intersecção entre política, arte e tecnologia (LabHacker), Evelyn Gomes atuará como Defensora dos Direitos Humanos no evento da ONU. A manifestação oral na sessão do colegiado da ONU vai expor o aumento incessante de casos de violência praticadas contra os direitos humanos, ressaltando o contexto de invisibilidade no norte e nordeste do Brasil.

Os ativistas buscam assinaturas da sociedade civil brasileira para apoiar a manifestação que será exposta em Genebra. Clique aqui para assinar e a ler na íntegra o texto a ser apresentado. “A ONU precisa incluir em sua agenda formas de sanar e dirimir a dor que milhares de alagoanos vêm vivenciando há mais de cinco anos. Só a partir da contribuição coletiva, que poderemos sensibilizar seus órgãos para esse caso, que é de violação coletiva de Direitos Humanos”, enfatiza Evelyn Gomes.

Por meio do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, a empresa petroquímica desembolsou, até maio, mais de R$ 3,6 bilhões em indenizações, auxílios financeiros e honorários de advogados, com mais de 17 mil propostas de ressarcimento pagas, além de atuar no cumprimento de acordo socioambiental, firmado em dezembro de 2020 com o Ministério Público Federal, com participação do Ministério Público Estadual.

POR POLÍTICA ALAGOANA

Fonte – Extra