Ministro dos Transportes no governo Lula, Renan Filho (MDB), acredita que o atual mandatário do país é candidato natural à reeleição e que, se o governo atual tiver êxito na economia, será muito difícil que seja derrotado.

“Eu acho natural [que seja candidato à reeleição]. A não ser que não queira por uma questão de idade, ou que termine o governo com a sensação de dever cumprido”, disse. Ele destacou que, caso Lula não concorra, é possível ter alternativas, mas disse que “o melhor candidato é o presidente Lula”.

Renan Filho foi entrevistado pelo portal UOL, e ao ser questionado em caso de ser determinada a inelegibilidade (TSE decidiu pela inelegibilidade – Página 4) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se via chances para que o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponte como adversário do petista. Renan Filho reafirmou que não crê que o ex-ministro bolsonarista tenha chances de derrotar Lula.

“Não é [capaz de derrotá-lo]. Reeleição é plebiscito. Vão votar a favor do Lula ou contra o Lula. Pode vir qualquer candidato. O governo Lula tendo êxito na economia não precisa se preocupar com quem virá [de adversário]”, respondeu o ministro dos Transportes.

O ministro falou sobre as dificuldades do ex-ministro da Infraestrutura e comentou a fama de Tarcísio ser um bom gestor. “Tarcisio tem virtudes pessoais, é um bom técnico. Digo que foi um dos mais sensatos ministros do governo Bolsonaro. Isso não quer dizer que ele tenha realizado um trabalho significativo. Nem recurso ele tinha”, afirmou.

Quando Tarcisio era ministro no governo de Jair Bolsonaro, Renan Filho estava no segundo mandato de governador em Alagoas. No ano passado, Renan foi eleito senador e ao receber o convite para ser ministro, precisou se licenciar do cargo. Assumiu em seu lugar o primeiro suplente, Fernando Farias (MDB), empresário.

Renan Filho também criticou as condições em que as estradas brasileiras foram entregues ao atual governo e disse que Tarcísio foi o ministro que menos investiu no país. Ele foi o titular da pasta de Infraestrutura na gestão Bolsonaro.

“Tarcísio foi o ministro que menos investiu no Brasil. Ele estava subordinado ao teto de gastos. Ele não tinha densidade política para discutir no próprio governo Bolsonaro sobre investimento. Ele brigou o tempo inteiro e perdeu. Brigou e perdeu porque o governo anterior não tinha noção de que o investimento em infraestrutura é importante”, afirmou.

ADVERSÁRIO NA CÂMARA

Na entrevista ao UOL, Renan Filho comentou as divergências com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O ministro reconheceu que as famílias da política alagoana “marcham em diferentes campos” na política regional e nacional, mas evitou comentar sobre os boatos de que o presidente da Câmara teria “pedido a cabeça” dele na busca de um acordo com o presidente Lula.

“Não acredito que isso impacte o meu trabalho na frente do ministério. Eu represento o MDB, um partido de aliança do presidente Lula. Acho que o Ministério dos Transportes tem um papel relevante na recuperação econômica do país. O presidente Lula tem demostrado isso e procuro separar essas questões políticas das questões administrativas, apesar de vivê-las a todo momento”, ressaltou.

Por Editoria de Política com agências com Tribuna Independente
Foto: Sandro Lima