O surto de meningite do tipo B em Maceió e a cobrança por vacinas para conter o avanço da doença gerou um intenso e longo debate na sessão ordinária da Câmara Municipal, na manhã desta quarta-feira (20). Vereadores de oposição e da base aliada do governo JHC (PL) se estranharam em plenário.

A discussão mais acalorada se deu entre Teca Nelma (PSD) e Leonardo Dias (PL), mas envolveu outros vereadores, inclusive Chico Filho, líder da bancada da situação.

Nelma usou a tribuna para fazer uma cobrança ao prefeito de Maceió [interpretada pela liderança do governo como sendo uma acusação de negligência] para compra urgente da vacina que combata a meningite do tipo B, que não integra o cronograma do Programa Nacional de Imunização (PNI).

A vereadora afirmou que a prefeitura teria caixa suficiente na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para a aquisição dos imunizantes (algo em torno de R$ 65 milhões para a compra, segundo ela), mas não estaria se movimentando para tal.

Em aparte, Leo Dias rebateu a colega de Parlamento, afirmando que a responsabilidade de envio de vacinas aos entes federados é do Ministério da Saúde, órgão do governo federal que deveria ser cobrado para a cobertura vacinal. Ele disse que a Prefeitura de Maceió não tem recursos para a aquisição e citou que o comportamento da vereadora se assemelha a proselitismo político. Os dois ficaram no bate-rebate por um longo período.

O vereador Zé Márcio Filho (MDB), atualmente na oposição a JHC, defendeu a colega parlamentar. Segundo ele, Teca Nelma, como vereadora, fez uma cobrança e pediu a compra da vacina sem fazer uso eleitoreiro do fato.

Já o líder do governo informou que equipes da Vigilância em Saúde de Maceió estiveram no Ministério da Saúde e foram informadas que não seria necessário o envio emergencial de vacinas contra meningite tipo B a Maceió, levando em consideração que, no Brasil, circula a cepa do tipo C.

POR: GAZETAWEB/Thiago Gomes
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