Depois da reportagem publicada pela Tribuna Independente, no último fim de semana, com os estudos realizados pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) sobre os aumentos dos tremores de terra em Arapiraca, o vereador Fabiano Leão (PSDB) cobra mais atenção das autoridades acerca do assunto.
O grupo que realizou a pesquisa é formado pelos alunos do curso de Geografia, Willian Almeida Melo e José Marcos de Araújo Feitas, sob a orientação da professora-doutora Lucicleide da Silva.

Eles fizeram um levantamento do fenômeno que vem ocorrendo na região. Os dados analisados na pesquisa são do LabSis – Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – e do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).

Ainda de acordo com a pesquisa, no ano de 2000 foram detectados dois tremores de terra. Em 2021, os laboratórios de sismologia registraram três abalos. No ano de 2022, já foram detectados seis tremores de terra em Arapiraca. E neste ano de 2023, os laboratórios de pesquisa registraram seis abalos sísmicos.
Conforme o levantamento do grupo de estudos da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), o que chamou mais atenção é que o número de tremores de terra aumentou 200% nos últimos anos.

Por conta disso, existe uma suspeita de ação humana devido à padronização irregular, frequência e horários dos abalos sísmicos.

“Não estou fazendo alarmes falsos, e minha função não é de deixar os arapiraquenses com medo”, observa o vereador Fabiano Leão.

“Na condição de membro do Poder Legislativo de Arapiraca, quero pedir encarecidamente que órgãos de fiscalização, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e o próprio Judiciário façam intervenções para prevenir o povo de Arapiraca de um colapso no solo futuramente”, alerta Fabiano Leão.

Em junho deste ano, a Defensoria Pública da União (DPU) acionou a Justiça Federal para cobrar que órgãos públicos realizem estudos técnicos para verificar o impacto da extração de cobre realizada pela empresa Mineração Vale Verde (MVV) no município de Craíbas, no interior de Alagoas, e que continuem fiscalizando a atividade.

Na Ação Civil Pública, ajuizada o defensor regional de Direitos Humanos de Alagoas, Diego Alves, o documento explica que moradores do entorno da mineradora convivem, desde 2021, com rachaduras em suas casas e muita poeira no ar, o que causou ou piorou problemas de saúde, principalmente em idosos e pessoas com deficiência.

A mineradora, por sua vez, afirma que os desmontes são preferencialmente agendados para ocorrer às quintas-feiras, por volta do meio-dia. A escolha foi feita em consenso com as comunidades.

TRIBUNA HOJE \ Por Davi Salsa / Sucursal Arapiraca

Foto: Assessoria