A crise que afeta os produtores de leite de Alagoas, que estão há 120 dias sem receber repasse do governo do Estado, foi lembrada nesta quarta-feira (20), na Assembleia Legislativa, pela deputada Jó Pereira (MDB), na primeira sessão ordinária do ano. Mesmo sendo da base do governo e do mesmo partido do chefe do Executivo, ela pediu que os recursos sejam repassados.
Segundo Jó Pereira, a região leiteira passa por um momento de desespero, desde o final do ano passado. O programa do leite em Alagoas é mantido por convênio entre o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, e o Governo Federal, através do Ministério de Desenvolvimento Social.
Atualmente, garante a distribuição de mais de 40 mil litros de leite por dia para 80 mil famílias (a distribuição é feita na base de 4 litros por semana por beneficiário) em todos os 102 municípios de Alagoas.
“Talvez a totalidade dos pequenos e médios produtores, que atuam para o Programa do Leite, estão em total desespero, sem saber mais a quem procurar, sem posição e sem entender esses quase 120 dias de não recebimento pelo seu trabalho. Como aguentar, como esperar, como chegar nos pós carnaval?”, questionou a parlamentar.
A deputada disse ainda que os produtores não entendem como há centenas de comunicações em redes sociais de que “está tudo pago” por parte do governo. Jó Pereira alertou para que o Poder Legislativo não se torne “chapa branca” – ou seja, sempre aprovando as matérias do governo. De acordo com a deputada, o importante é que o debate seja sempre a marca da casa.
Trancos e barrancos
O deputado Inácio Loiola (PDT) também saiu em apoio aos produtores. Ele lembrou que a atividade da pecuária leiteira é a segunda em importância econômica. “A nossa pecuária leiteira é referência para o Nordeste. E sobrevive a trancos e barrancos. Ainda assim temos tecnologia para sobreviver” destacou Inácio.
Segundo ele, a Secretaria de Agricultura, ao longo dos anos, vem perdendo quadros importantes para auxiliar tecnicamente sua atividade. Para tentar sanar o problema, ele sugeriu a criação de uma Frente Parlamentar da Pecuária Leiteira.
Já o deputado Francisco Tenório (PMN) lembrou que os atrasos não ocorrem apenas na área da pecuária, mas também na área da saúde. “Não podemos conviver mais com isso, a não ser que o governo diga que não tem mais condições de fazer algo”, disse.
Francisco Tenório denunciou que o setor do leite já sofre com a queda nos preços com a redução da taxa de importação. “E junto com isso vem a questão do pagamento para os produtores. É uma situação inexplicável”, criticou. Tenório.
Por Marcos Rodrigues | Portal Gazetaweb.com
