Classificadas como tortura por muitos que sofrem delas, as dores de
cabeça são causadas, em geral, por dois motivos principais, segundo
explica à BBC a médica britânica Anne MacGregor, cuja especialidade é
justamente a cefaleia.

“Na maioria das vezes, elas se devem à tensão acumulada nos músculos ao redor da cabeça”, diz. “Ou a mudanças na química do cérebro, que decodifica isso na forma de dor.”

Tal atividade química no cérebro faz com que algumas pessoas sintam uma dor muito profunda e intensa, as temidas cefaleias.

Como há diferentes tipos de dores de cabeça, eles exigem intervenções
e medicações distintas. A BBC preparou um informativo, com base em
informações fornecidas por MacGregor e pelo NHS, o serviço de saúde
pública britânico:

Tensional

São as dores mais comuns, que geralmente vêm na forma de uma dor
constante em ambos os lados da cabeça – como se tivéssemos um elástico
apertado em volta dela. Essas dores costumam durar de 30 minutos a
várias horas (ou, excepcionalmente, vários dias).

Os fatores desencadeantes costumam ser a desidratação, o estresse, a
má postura, a falta de sono, a tensão muscular no rosto e a
irregularidade no horário das refeições.

Mudanças no estilo de vida costumam ajudar a reduzir duração e
frequência – por exemplo, com um bom padrão de sono e de alimentação e
bastante ingestão de água.

Em ‘cachos’

É um tipo mais raro – e extremamente doloroso – de cefaleia. É
chamado assim porque a dor surge em cachos ou ataques agrupados durante
um período contínuo que pode durar até três meses.

Geralmente acomete os pacientes em uma determinada época do ano
(quase sempre a mesma), e depois há um período de remissão, em que as
crises desaparecem.

Medicamentos comuns como ibuprofeno e paracetamol não costumam ser de
grande ajuda nesse tipo de cefaleia. É o caso de consultar um médico,
que pode recomendar tratamentos mais específicos e fortes.

Enxaqueca

As enxaquecas são menos comuns que as dores de cabeça tensionais, mas
muito dolorosas e com potencial de interferir nas atividades diárias
dos pacientes.

Chegam a causar náusea, vômito e uma forte sensibilidade a luz e barulho.

O normal é que durem algumas horas, mas às vezes elas podem se prolongar por vários dias.

Para aliviá-la (ou evitá-la), há remédios que dispensam receita
médica. Mas, se a dor for muito persistente, recomenda-se recorrer a um
médico de confiança para avaliar a necessidade de medicação mais forte.

Hormonal

As mulheres costumam ser mais acometidas por esse tipo de dor, que se deve geralmente a mudanças nos níveis hormonais e está associado ao ciclo menstrual. Alguns métodos contraceptivos, a menopausa e a gravidez costumam trazer consigo dores de cabeça dessa categoria.

Controlar os níveis de estresse, manter um padrão regular de sono e
não pular nenhuma refeição podem ajudar a reduzir essas dores.

Farmacológico

Algumas dores de cabeça são efeitos colaterais do uso de alguns tipos
de medicamento. Ou até mesmo do uso excessivo de analgésicos.

A dor costuma recuar algumas semanas depois de o paciente ter terminado de tomar o medicamento responsável pela dor.

Recomendações gerais para evitar e aliviar as dores de cabeça

Para tentar evitar qualquer tipo de dor de cabeça, o NHS (o serviço de saúde pública britânico) dá os seguintes conselhos:

– Manter-se hidratado com bastante água

– Descansar, principalmente em momentos em que você sentir sintomas de gripe ou falta de energia

– Dentro do possível, evitar situações de estresse

– Praticar esportes, uma vez que exercícios físicos têm um efeito positivo no nosso bem-estar geral

– Ingerir analgésicos se a dor for persistente ou muito intensa. Os mais comuns são paracetamol ou ibuprofeno

– Evitar o álcool, que pode piorar os sintomas

– Não pular refeições, para manter estáveis os níveis de insulina do corpo

– Não forçar a vista: evite passar muito tempo diante de telas

– Não dormir demais, algo que pode intensificar a dor

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