Após a reviravolta no caso do assassinato de Wanderson Alves da
Silva, de 18 anos, o advogado dos guardas municipais Jaelson Ferreira da
Silva e Carlos Roberto da Silva, até então suspeitos da morte, entrou
na Justiça com um pedido de soltura dos dois. O caso está com a juíza
Emanuella Porangaba.

De acordo com a assessoria do Tribunal de
Justiça (TJ/AL), a magistrada vai dar vistas ao pedido ao Ministério
Público (MPE/AL) e a decisão deve sair na terça-feira (12). O processo,
entretanto, é relativo apenas à prisão pelo homicídio do jovem. Jaelson e
Carlos ainda são investigados pelos crimes de agressão e porte ilegal
de arma de fogo.

Imagens gravadas de um
celular mostram os dois guardas de Branquinha, na Zona da Mata de
Alagoas, abordando de maneira truculenta um grupo de jovens que
aparentemente discutia em via pública. Um deles, Wanderson Alves é
agredido, algemado e colocado na mala da viatura.

De acordo com
testemunhas, a vítima estaria embriagada quando foi abordada e, mesmo
sem esboçar reação, é agredida com socos. Ele desapareceu um dia após a
abordagem e foi encontrado morto em seguida. A ocorrência foi registrada
no dia 28 de janeiro e no dia 3 deste mês o corpo foi encontrado.

Inicialmente,
os dois guardas foram apontados como suspeitos da morte, mas
investigações da Polícia Civil mostram que o rapaz teria sido executado
por envolvimento com o tráfico de drogas na região. O inquérito é
conduzido pelo delegado Sidney Tenório, que deve colher novos
depoimentos nesta segunda-feira (11).

“A gente sabia que poderia
não ter sido os guardas os autores de fato. Foi relatado que o jovem
Wanderson, mais conhecido como Del, na verdade foi executado pelo
envolvimento com o tráfico. Ele teria sido levado para aquele local por
comparsas do tráfico e lá foi executado com dois tiros na cabeça. Essas
pessoas confirmaram que ele foi solto no outro dia pela manhã pelos
guardas”, diz o delegado.

 O caso deve prosseguir agora, porém,
com o encaminhamento de dois inquéritos policiais, um para investigar o
assassinato e outro apurando os crimes de agressão e porte ilegal de
arma de fogo cometidos por Jaelson Ferreira da Silva e Carlos Roberto da
Silva. Os dois foram afastados pela Prefeitura.

Segundo o Sindicato dos Guardas Municipais do Estado de Alagoas (Sindguarda/AL), os agentes seriam terceirizados e não fizeram o curso de formação. É necessário concurso público para a contratação e os profissionais deve fazer curso de formação, com duração de 800 horas de aulas teóricas e 600 disparos de arma de fogo.

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