O Ministério da Saúde pretende sugerir que entrevistas de admissão ou de demissão de empregados passem a analisar a atualização da carteira de vacinação. Um projeto de lei com a proposta deverá ser enviado ao Congresso, na tentativa de reverter os baixos índices de cobertura vacinal na população.

As informações são da Agência Estado.

O texto do PL deixará clara a necessidade da apresentação da carteira também no momento da matrícula em escolas. “Hoje a regra existe em alguns municípios”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “A ideia é deixar clara a exigência em todo o País”.

Mandetta afirmou que a proposta para tornar obrigatória a apresentação do certificado de vacinação no momento da matrícula não impedirá o registro da criança na escola, mas poderia trazer algumas implicações para os responsáveis. Uma das propostas seria encaminhar o caso para o conselho tutelar.

SEM CERTIFICADO

Na terça-feira (19), o Brasil reconheceu a perda do certificado de eliminação do sarampo, dado pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) em 2016, depois da confirmação de um caso da infecção no Pará, ocorrido no dia 23 de fevereiro. A constatação comprovou a transmissão da doença por um período superior a um ano no País, condição em que a Opas retira o status de país livre da doença.

O retorno do sarampo no País teve início no ano passado com os registros dos primeiros casos na região Norte. Roraima e Amazonas receberam um grande número de refugiados da Venezuela, país que já enfrentava um surto da doença.

Contudo, especialistas são unânimes em afirmar que, se a vacinação da população brasileira fosse adequada, não haveria condições de o ciclo da doença se estabelecer. Só em 2018, foram confirmados 10.326 casos, enquanto este ano já foram confirmadas 48 infecções.

Diante desses índices, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) reconhece a urgência em melhorar todos os indicadores de cobertura. Uma campanha do Ministério da Saúde sobre a importância da vacinação deverá ser veiculada nos próximos meses.

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