Cerca de 82% dos médicos paulistas afirmam usar a tecnologia no dia a dia para dar assistência a seus pacientes, apesar de o CFM (Conselho Federal de Medicina) ter revogado a resolução que definia o uso da telemedicina no país há dois meses.
Segundo os médicos ouvidos no estudo, a tecnologia ajuda na observação do paciente e na otimização das consultas. A maioria dos profissionais, ou seja, 78,69%, afirmaram também aprovar a utilização do WhatsApp para se comunicar com os pacientes.
Também é expressivo (84,57%) o grupo favorável a que as informações de saúde dos pacientes sejam disponibilizadas na nuvem digital, com proteção de dados, mas acessíveis aos médicos.
O estudo foi realizado entre 15 e 25 de março e compreendeu 1.614 profissionais, que participaram por meio de um questionário online. A amostra é representativa de 96,8% do Estado de São Paulo.
O objetivo do levantamento foi compreender como os médicos paulistas reagiram após o CFM publicar em 7 de fevereiro a resolução que definia e disciplinava a telemedicina no país e revogá-la no dia 22 do mesmo mês.
“A APM tem o entendimento de que é urgente normatizar a telemedicina no Brasil, já que hoje, as regras válidas datam de 2002, ou seja, vácuo de uma eternidade, se considerada a velocidade dos avanços das tecnologias em saúde e da própria medicina”, afirmou a APM por meio de nota.
Essa necessidade de normatização foi confirmada por 98,7% dos médicos ouvidos no estudo, que concordaram que as soluções digitais trazem avanços para o atendimento de pacientes.
Segundo 91,39% dos entrevistados, hospitais ou instituições nos quais trabalham já fazem uso de tecnologia. Mas há uma divisão de opiniões quando os participantes foram instados a se posicionarem sobre teleconsultas e teleprescrições.
Prescrição eletrônica divide opiniões
O estudo ainda mostrou que 50,74% são favoráveis à prescrição eletrônica após a consulta presencial e 49,26% se manifestaram contrários à prática.
Em relação à consulta à distância, 45,04% concordaram, desde que seja feita depois da presencial, e 54,96% não concordaram de modo algum.
Quase 100% (93,68%) afirmaram que o compartilhamento de informações pode ser benéfico a profissionais e pacientes.
Os médicos entrevistados também criticaram o tratamento do Mistério da Saúde à questão. Mais de 90% dos profissionais afirmaram que a pasta não dissemina novas tecnologias com a agilidade que deveria.
E, para finalizar, cerca de 67,66% dos profissionais concordaram com frase: “A tecnologia não vai substituir o médico, mas pode substituir o médico que não usa tecnologia”.