O mestrado em Tecnologias Ambientais do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) realizou na manhã desta sexta-feira (10) a sessão de defesa da dissertação de mestrado em Tecnologias Ambientais da aluna Katty Pollyanni Ferreira Silveira. A pesquisa tratou da logística reversa de medicamentos, que na prática é a necessidade de se instaurar no Brasil uma política de recolhimento das sobras de remédios sem uso, que acabam sendo descartados no meio ambiente aumentando a poluição e contaminação de solos e águas.

O deputado federal Marx Beltrão (PSD) participou da banca de avaliação do trabalho. Na Câmara dos Deputados, Marx é o relator do Projeto de Lei (PL) que busca estabelecer nacionalmente uma legislação voltada a esta logística reversa e a “coleta seletiva de medicamentos”. Ao PL relatado por Marx, de autoria do deputado federal Walney Rocha (Patriotas/RJ), foram apensadas diversas outras proposições que tratam do tema. A questão da logística reversa de medicamentos é um dos assuntos de grande interesse de toda a cadeia de produção e venda de remédios do Brasil, e também das autoridades de saúde.

“Com este trabalho de mestrado, a pesquisadora Katty Silveira e o programa de mestrado em Tecnologias Ambientais do IFAL dão uma contribuição enorme para o tratamento que o tema necessita no Congresso, nacionalmente. Estou na relatoria deste projeto, que na prática busca instituir ações da chamada ‘coleta seletiva de medicamentos’. A pesquisa de mestrado do IFAL apontou 14 Projetos de Lei em tramitação na Câmara que abordam a questão, e estes Projetos foram apensados ao Projeto que tem minha relatoria. Com certeza vamos levar esta discussão que nasceu em Alagoas para os debates, em Brasília, sobre o relatório final que vamos produzir” disse Marx Beltrão.

Indústria se posiciona

O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) apresentou no começo de abril deste ano uma pesquisa intitulada “Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica do Sistema de Logística Reversa de Medicamentos”, produzido pela consultoria KPMG. A apresentação foi realizada pelo sócio da área de supply chain da consultoria, Cristiano Rios. Segundo o executivo, a pesquisa tem como objetivo atender a uma demanda conjunta de 16 entidades ligadas à indústria, distribuição e varejo, para chegar a um modelo de destinação adequada de medicamentos de uso domiciliar, vencidos ou em desuso, após o descarte pelo consumidor.

“Estamos falando de uma cadeia que envolve mais de 80 mil participantes, uma média de bilhões de embalagens, 5.800 toneladas de medicamentos recolhidos em 2.226 municípios, o que torna o projeto bastante complexo”, ressalta Rios. O estudo analisou três cenários para implantação do programa: ponto fixo, campanhas (farmácias e locais públicos) e adoção de farmácias. Tanto a instalação de um ponto fixo como a de adoção de farmácias teriam gastos estimados em R$ 334,3 milhões ao ano. Já as campanhas teriam um custo potencial de operação de R$ 215 milhões.

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