O frio favorece a transmissão de doenças, principalmente respiratórias, segundo o infectologista Paulo Olzon, chefe da disciplina de clínica médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Ele explica que a transmissão de doenças nessa época se dá por três fatores: a proximidade das pessoas e a permanência em locais fechados, pelo maior acúmulo de muco nasal, que facilita a transmissão de vírus, seja pelo ar ou até por um aperto de mão, e pela mudança que o aparelho respiratório sofre por conta do frio, deixando o organismo mais vulnerável a doenças.

De acordo com o pneumologista Elie Fiss, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o tempo frio e a redução da umidade do ar fazem com que os órgãos respiratórios fiquem irritados, propiciando as chamadas doenças de inverno, que são, principalmente, respiratórias.

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Com essa irritação, pessoas que têm doenças respiratórias crônicas, como asma e bronquite, apresentam piora do quadro. Já para quem não tem tais problemas, a irritação propicia a contração de doenças, visto que há maior circulação de vírus durante a época de outono e inverno.

Entre as doenças comuns nessa época estão os problemas respiratórios, como gripes, resfriados, pneumonia, asma, bronquite, sinusite, rinite e alergias respiratórias. A otite (dor de ouvido) também pode ser comum, podendo ser causadas por vírus, ou secundárias a gripes e quadros de asma.

Além das doenças respiratórias, Fiss afirma que, por conta da inversão térmica e do aumento de poluentes na atmosfera, problemas cardiovasculares, como infartos e AVC, podem ser comuns. Esses fatores também podem aumentar a incidência de alergias respiratórias.

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“Nessa época também é comum haver mais quadros de meningite bacteriana que pode ser transmitida pela própria respiração das pessoas, principalmente com a proximidade entre elas, ocasionada pelo frio”, explica Olzon.

Outro fator que aumenta a incidência da meningite no frio é a circulação do vírus pneumococo, o mesmo vírus que causa a pneumonia e pode ocasionar também quadros de meningite.

A meningite é um processo inflamatório das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. De acordo com o Ministério da Saúde, os principais causadores do problema são vírus e bactérias, e os sintomas envolvem dores de cabeça, febre, náuseas e rigidez no pescoço. A meningite bacteriana, mais grave que a viral, pode ser prevenida por meio das vacinas meningocócica C e pnemocócica 10-valente (conjugada).

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“A maior prevenção que as pessoas podem ter é por meio da vacinação, principalmente as vacinas da gripe e a pneumocócica. Todas as vacinas que estiverem disponíveis, eu recomendo tomar”, afirma o pneumologista.

Além disso, o médico recomenda evitar o contato com pessoas infectadas, manter a hidratação e a boa alimentação rica em vitaminas, proteínas e carboidratos, lavar sempre as mãos, manter os ambientes arejados para diminuir a circulação de vírus e mantê-los limpos e usar o umidificador de ar em dias secos. Para irritações na garganta e tosses, o pneumologista indica o uso de mel e própolis.

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