Há duas classes de remédios para a ansiedade: os de origem laboratorial e os métodos naturais. No caso dos medicamentos, a intenção do tratamento é aliviar os sintomas, controlar o nível de serotonina e/ou induzir um estado de relaxamento, devendo ser tomado somente mediante prescrição médica. Já os naturais, consistem no uso de fitoterápicos e técnicas comportamentais.

Quem faz tratamento para ansiedade precisa de um pouco de paciência, afinal, conforme explica a psiquiatra especialista em psiquiatria biológica, Doutora Christina de Almeida (CRM 20758 PR/ RQE 14421), os efeitos da medicação não são imediatos – no caso dos medicamentos, por exemplo, os resultados podem demorar até 14 dias para aparecer, devido ao período de neuroadaptação.

Remédios para ansiedade – Quais são?

São diversos os medicamentos utilizados no tratamento da ansiedade, eles dependerão do tipo da ansiedade bem como das especificidades de cada paciente. As classes mais comuns são:
1 – Antidepressivos

Conforme explica a psiquiatra Chirstina, os quadros depressivos, muitas vezes, coexistem com os quadros ansiosos, porque ambas as doenças podem ser desencadeadas por deficiências no nível de serotonina e outros neurotransmissores de função fundamental para a manutenção do bem-estar.

Referências de antidepressivos são Sertralina, Fluoxetina, Venlafaxina, entre outros.
2 – Benzodiazepinas

Estes são os genuínos ansiolíticos, já que o objetivo da droga é justamente reduzir a tensão e induzir o paciente a um estado de relaxamento. Na maior parte das vezes, são receitados por um período restrito de tempo, devido à forte incidência dos efeitos colaterais.

Alguns nomes comerciais de benzoadizepinas são Diazepam, Clonazepam, Bromazepam e Lorazepam.
3 – Buspirona

A Busperiona é usada na ansiedade ocasionada por dependência química, uma vez que é uma versão de medicamento que não interage com drogas psicoativas e nem remédios.

Exemplos de remédios desta classe são Ansial, Ansiced, Ansiten, Buspinol, Narol, Sorbon.

4 – Betabloqueadores

Os betabloqueadores não agem diretamente no controle da ansiedade, mas sim nos sintomas externos, por exemplo, agitação, batimentos cardíacos acelerados ou tensão. Aliás, devido ao potencial que têm, acabam sendo usados, também, para o tratamento de hipertensão arterial.

Alguns nomes comerciais são Propanol, Atenol, Nadolol e outros.
Efeitos colaterais

Entre os efeitos colaterais que coexistem entre as classes de remédios para ansiedade são:

Sonolência;
Inapetência;
Tonturas;
Enjoo;
Euforia;
Confusão mental;
Delírios;
Fala atrasada;
Vertigens;
Visão turva;
Confusão mental;
Sudorese.

Caso a incidência dos efeitos colaterais seja muito agressiva é preciso informar ao médico, o qual deverá analisar se há necessidade de substituir a medicação.

Remédios Naturais

Os remédios naturais não são a principal vertente do tratamento para a ansiedade, no entanto, para quem já faz o devido acompanhamento médico, podem ser úteis para aliviar a tensão, regular a pressão sanguínea e ajudar na conquista de um estado de relaxamento.

As principais receitas naturais consistem em:

Chá de Melissa;
Chá de hortelã;
Suco da folha de maracujá;
Vitamina de banana;
Chá de erva-cidreira;
Chá de brócolis.

Os médicos, no entanto, alertam para o uso de medicamentos que não possuem comprovação científica, pois estes podem trazer mais males do que benefícios, como é o caso da kava kava (Piper methystcum). A planta foi amplamente utilizada na década de 1990, mas, devido a casos de hepatoxidade e mortes associadas ao uso da espécie, foi banida da União Européia e do Canadá, em 2003¹.
Médicos atentam para o uso abusivo de remédios ansiolíticos

Uma pesquisa da Interfarma, de 2017, constatou que houve um crescimento em 10% nas vendas de remédios ansiolíticos², também sendo notado pelos pesquisadores Ângelo José Pimentel de Azevedo, Aurigena Antunes e MariaFerreira³, que, em um estudo, constataram um crescimento exponencial da prescrição de ansiolíticos, o que, segundo eles, pode ser fruto de uma crescente intolerância ao sofrimento. “O ideal de perfeição contemporâneo, muitas vezes, é conquistado através do consumo, até mesmo, de medicamentos” – destacam os autores do estudo.

Outra possibilidade, destacada pelo professor e mestre em psicologia, Filipe Barbosa Margarido (CRP 06/107149) (4), é a “banalização” da prescrição de remédios por conta de uma crescente visão dos pacientes e dos médicos em tentar retirar toda dor do paciente, a qualquer custo. No entanto, na opinião do especialista, é um erro atingir a total abstenção do sofrimento em troca de uma dependência química dos remédios para a ansiedade.

Em entrevista ao Quero Viver Bem, a psicóloga Luana Giacomelli (CRP 08/22693) destaca que um primeiro passo para a diminuição dos casos de ansiedade seria investir em um tratamento global, que também atue na prevenção e educação acerca do tema, não somente no tratamento dos doentes e no controle dos sintomas.

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