Embora de forma demorada – sete meses já se passaram desde o início da gestão –, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) começou a distribuir cargos do governo federal com partidos e representantes políticos na Câmara e no Senado quebrando assim o seu discurso de campanha e início de mandato ao condenar a prática do “toma lá, dá cá”.

Em Alagoas, entre os órgãos que devem se manter sob indicação política estão a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Cais do Porto de Maceió, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), Correios, entre outros. Instituições como a Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal ficam de fora de indicações políticas.

Líder do Centrão na Câmara dos Deputados e um dos responsáveis pela articulação para aprovação da reforma da Previdência na Casa, Arthur Lira (PP), continuará no comando da Codevasf, que já estava com ele, desde o governo de Dilma Rousseff (PT). O órgão no estado é administrado pelo ex-prefeito de Limoeiro de Anadia, Marlan Ferreira. Ele já estava no cargo desde outubro de 2018.

A reportagem da Tribuna tentou contato com o parlamentar via sua assessoria para que ele falasse sobre a manutenção de Marlan na superintendência da Codevasf, mas até o fechamento desta edição, não houve retorno das mensagens.

Já o líder da bancada federal do estado, deputado Marx Beltrão (PSD) indicou Jorge Galvão para o comando do Porto de Maceió. Galvão passou recentemente pela vice-presidência da Gestão Corporativa da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal).

À Tribuna, a assessoria de comunicação de Marx Beltrão confirmou a indicação e explicou que Jorge Galvão assumiu o Porto de Maceió há mais de um mês, além de destacar que esse processo de indicações de cargos é normal no sistema de governança nacional.

Já a Funasa deve ser repassada para o deputado Nivaldo Albuquerque (PTB) que até o momento não indicou nenhum nome para assumir o comando da Fundação.

A Tribuna apurou que os deputados Sérgio Toledo (PL) e Severino Pessoa (PRB) ainda devem ser contemplados no estado com a distribuição de cargos federais. Não conseguimos contato com os deputados Nivaldo Albuquerque e Sérgio Toledo. A assessoria de Severino Pessoa informou que ele não recebeu convite para indicar cargos federais.

Os deputados Paulão (PT) e Tereza Nelma (PSDB) sempre que se manifestaram para a imprensa se colocaram como oposição ao governo federal. Já JHC (PSB) tem uma relação próxima com um dos filhos do presidente, mas após votar contra a aprovação da reforma da Previdência não se sabe como ficará sua situação diante das articulações governamentais.

Fonte: Tribuna Independente