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O discurso oficial do governo Renan Filho (MDB) é de eficiência administrativa, mas os números oficiais mostram o contrário. As repetidas ordens de serviço para obras assinadas pelo governador que ficaram apenas em posts nas redes sociais e nos sites oficiais vão se avolumando de forma rápida, conforme denúncia da Gazeta de Alagoas. Enquanto isso, as obras que há muito já deveriam ter sido inauguradas ficam apenas na promessa, a exemplo do Marco Referencial, em Maceió. A ordem de serviço para o início da primeira etapa da obra foi assinada pelo governador Renan Filho (MDB), em dezembro de 2016. A previsão, à época, era que a obra fosse concluída em 12 meses, o que não ocorreu. Dois anos depois das promessas e algumas curtidas nas redes sociais, resta apenas o concreto ao sol.

A Gazetaweb foi até o antigo Alagoinhas, localizado a 6,6 km do Palácio República dos Palmares, e constatou que a estrutura construída está definhando. O que foi investido está sendo consumido pouco a pouco. Algumas estruturas enferrujadas, salas de tapumes abandonadas, paredes com lodo e pichadas. O único que foi encontrado na localidade era um vigia, que fica alojado em condições precárias, em uma estrutura montada de compensado [tipo de madeira muito utilizada em obras].

Com recursos oriundos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), antigo Ministério da Integração Nacional (MIN), a obra foi orçada em mais de R$ 9 milhões, com contrapartida do governo de Alagoas. Até o momento, conforme o deputado estadual e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Estado (ALE), deputado Davi Maia (DEM), que tem acompanhado a série de irregularidades no Governo de Renan Filho, a longa e inacabada obra do Marco Referencial revela que mais de R$ 6 milhões já foram liberados.

“Ele é uma importante obra. Em 2017, o governador assinou a ordem de serviço e a obra tinha prazo de execução até dezembro do mesmo ano. Inclusive, com o Governo Federal liberando R$ 6 milhões, o que representa 60% do valor da obra. O que a gente observa, por meio do Portal da Transparência e por matéria nos veículos oficiais do governo, é a que a obra está lenta e devagar”, disse o deputado.

Davi Maia também foi ao local e constatou as irregularidades com os próprios olhos. “Pudemos observar, em loco, que o que consta de trabalhador, de funcionário, é um vigia. Não tem mestre de obra, pedreiro. Não tem ninguém trabalhando na execução. Outra coisa é uma obra delicada, pois está implantada no bioma diferente, que é o bioma marinho. O que está fazendo é gerando lixo”, pontuou.

Conforme o relato do deputado, a região, onde era a piscina do Alagoinhas, está cheia de entulhos, de plástico e, por consequência, está sujando a praia. “Não tem uma consciência ambiental na construção da obra. O que nos deixa muito preocupados. Inclusive, a falta do IMA em fiscalizar essa obra e os responsáveis. Por isso, como presidente da Comissão de Meio Ambiente da ALE [Assembleia Legislativa do Estado], também fiz um expediente ao IMA para que se pronuncie sobre a execução da obra”, afirmou.

Preocupado com a situação, Davi diz que “é uma obra muito importante e parece que tem um certo descuido por parte do Governo do Estado”, acrescentando que vai cobrar respostas do gestores estadual [Renan Filho e de Maurício Quintella, responsáveis pelo andamento da obra].

Segundo o ex-senador Benedito de Lira (PP), enquanto ele esteve no Senado Federal, lutou para assegurar recursos para a obra localizada na Ponta Verde. No entanto, segundo o ex-parlamentar, o governo do Estado não vem executando os convênios que mantém com a União, a exemplo do Marco Referencial.

“É uma vergonha que uma obra como esta não receba o tratamento adequado por parte do governo do Estado. Eles [governo estadual] não vêm executando os convênios que tem recebido de Brasília. É triste observar uma obra como está se perdendo no tempo. Há quase um ano nada é feito por lá”, criticou Biu de Lira, lembrando que muito lutou pelos recursos federais.

A reportagem tentou falar com o Secretário de Estado da Infraestrutura, Maurício Quintella, através da assessoria de comunicação e, também, por meio do celular pessoal do gestor, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi atendida. Os telefones do secretário estavam desligados ou fora da área de cobertura.

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