Antes de ser diagnosticada com depressão, Aline Prado Rodrigues, de 32 anos, apresentou alguns episódios de pânico. “Na época, eu não sabia o que era, nem como lidar. Tive esse problema em uma viagem com meu ex-namorado num dia de calor no Rio de Janeiro. Ele havia me dado o Troy (cachorro) de presente. Depois, tive crises em situações simples dentro do supermercado, na academia. Como eu não sabia o que estava acontecendo, não dei a devida importância”, relembra.

Na época, a assessora de imprensa trabalhava em uma indústria farmacêutica e foi diagnosticada também com hiperatividade. Meses depois, o cãozinho Troy sofreu um acidente em uma escada, ficou com a pata comprometida e passou a usar cadeira de rodas. “Isso aconteceu dois meses antes da fase aguda da depressão, em que eu não conseguia ter uma vida normal, não conseguia trabalhar, sentia dores terríveis pelo corpo, uma sensação horripilante de desespero para acabar com a dor”, relata Aline.

Para Aline, mesmo tendo de cuidar de Troy, a presença do pet foi importante para a recuperação emocional. “Ele foi fundamental como meu amigo. Sempre que eu chorava, me trazia um brinquedo ou a coleira. No início, eu ia ao parque com ele, sentava na grama e ficava por horas. Depois dessa fase, passei a procurar [trabalhos] freelancers, assim não precisava trabalhar fora de casa e poderia ficar com o Troy. Até então, não tinha consciência do quanto ele me trazia tranquilidade e segurança para desempenhar atividades comuns para maioria das pessoas”, diz.

“A relação que criei com meu cão foi muito intensa e ouvi durante inúmeros passeios o quanto ele tinha sorte de me ter, mas o que essas pessoas não sabiam é que ele me forçava a sair da cama e sem dúvida foi o que me ajudou a passar por crises de depressão”, afirma Aline.

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