O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley, esteve na abertura do Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária, que aconteceu nesta manhã (05), em Brasília com a com a presença de autoridades municipais, federal e de entidades representativas.

A agropecuária é uma das principais atividades econômicas desenvolvidas no Brasil. A atividade é fundamental para 80% dos Municípios e isso ganha destaque na capital federal. A partir dessa realidade, o Congresso visa discutir o trabalho governamental para abrir novos mercados em nível mundial, além do fortalecimento do setor, em suas diversas áreas de atuação.

A cerimônia de abertura mostrou imagens dos Municípios, onde a produção e a colheita acontecem. Oevento inédito recebeu representantes de norte a sul do país. “É um congresso que interessa ao Brasil, que vai tratar da gestão desse setor tão importante para a economia brasileira”, destacou o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi. Ele voltou a classificar o momento atual como “extremamente decisivo”.

Ao saudar as autoridades, Aroldi sugeriu que as pautas do Sebrae são praticamente as mesmas dos Municípios quando o assunto é o agronegócio. Ele aproveitou a oportunidade para lamentar a não inclusão de Estados e Municípios na Reforma da Previdência. Aroldi classifica o governo e o Congresso atual como reformistas e disse que a reforma foi não foi completa, porque não incluiu os Municípios. No entanto, o líder municipalista ainda acredita na inclusão dos servidores municipais nas novas regras.

Segundo Aroldi, a reforma tributária, que tramita, uma na Câmara e outra no Senado, vai impactar em todos os setores da economia do Brasil. “Uma reforma necessária, que precisa criar um clima para que o investidor interno possa investir mais e para que o investidor externo venha investir no Brasil”, lembrou Aroli ao dizer que o movimento municipalista tem premissas das quais não abre mão e não dá para olhar apenas para o consumo.”

“Três mil e 500 Municípios no Brasil, ou mais, têm sua economia baseada na agricultura. No entanto, são Municípios com baixa população, uma área urbana pequena, mas com uma produção muito alta, e isso precisa ser levado em conta na reforma tributária”, alertou. Para o presidente, alternativas devem ser encontradas para o bem do agronegócio brasileiro. “A vida, o desenvolvimento e a produção acontecem lá nos Municípios. É lá que o produtor rural usa a primeira estrada para fazer o escoamento da produção, e essas estradas são mantidas pelos gestores locais. E é por isso que uma reforma tributária deve fortalecer a gestão local, que está mais próxima do cidadão, da micro, pequena e média empresa, que está mais próximo do produtor rural”, disse.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, fez questão de enaltecer o apoio da CNM desde o início de sua gestão. Ela e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, representaram o governo federal. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), lembrou que o setor ainda enfrenta muitos problemas e desafios, mas os integrantes da frente nunca estiveram tão unidos. Ele também falou da essencial unidade do setor, mesmo com as áreas diversas de atuação, e disse que divisão faz mal ao desenvolvimento do país.

Tecnologia
Assim como os demais oradores, o parlamentar engrandeceu o perfil e o trabalho da atual ministra e afirmou: “o agronegócio vai bem, mas o produtor não”. Ele explicou a afirmação ao dizer que todos colocam preço na produção, e o que sobra vai para quem produz. Moreira mencionou, diversas vezes, a ausência de tecnologia ou a inexistência de pesquisas científicas voltadas ao agro para viabilizar acesso à cadeia produtiva completa. “Política agrícola é uma grande engrenagem, onde um dente da correia dentada toca o dente da outra”, alertou.

Para o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Melles, o órgão tem excelência em empreendedorismo e modulação de gestão e crescimento em torno de 300% em produtividade. Ele falou da atenção dada pelo governo federal ao setor agrícola e ao que ele chamou de “porteira para fora”. No sentido figurado, Melles sugeriu que esse talvez seja o evento mais importante de que o Sebrae participa.

Futuro
“Estamos, obviamente, pensando no Brasil do futuro, nesse Brasil onde o mundo ainda vai exigir muitos milhões de toneladas”, disse Melles ao pontuar que a gestão é importantíssima e exige início, meio e fim. Segundo ele, o ambiente é fértil e há muito que avançar ainda, principalmente nos produtos naturais. Esse entendimento reforça a programação do evento, em que os debates trataram dos desafios e das possibilidade de promover melhorias, inclusive em relação ao pequeno produtor.

Já o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, destacou que cada época tem seus próximos desafios. E, nas últimas décadas, o desafio do Brasil foi emergir um setor estagnado. “Hoje, o agropecuário é o setor mais dinâmico no país. Nossa produção rural alimenta e sustenta a balança comercial brasileira. O Brasil tem capacidade de beneficiar um milhão de produtores por meio de políticas públicas e ações estatais”, disse.

Presentes
Segundo Martins, é fundamental “qualificar produtores para eles perceberem oportunidades de mercado, administrarem seus custos e negócios e se conectarem a redes integradas”. Nesse propósito, a solenidade contou ainda com a presença do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos; do governador de Roraima, Antônio Denarium; do secretário do Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania, Lelo Coimbra; do vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Ivandré Montiel; e do secretário de Agricultura Familiar e cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke.

O evento – promovido em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) – tem o apoio institucional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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