O coronavírus (COVID-19) está se expandindo rapidamente no mundo. É por isso que “frear a curva” se tornou uma necessidade para lidar com esta doença. A seguir, explicaremos o que é uma curva epidemiológica e o que significa freá-la.

termo “frear a curva” está muito presentes nas notícias e na mídia nos últimos dias. Tentar impedir o crescimento exponencial de uma doença é a linha de frente diante da sua expansão. É por isso que medidas drásticas foram tomadas no último mês.

O COVID-19 colocou os sistemas de saúde de muitos países no limite, e é importante entender a terminologia que a sua expansão implica para combater o vírus.

Embora o número de casos permaneça alto ao longo do tempo, o fato de ter o mesmo número de pacientes recebendo alta e sendo hospitalizado descongestiona bastante o sistema de saúde.

Já ouvimos diversas vezes: o perigo do coronavírus não é a mortalidade, mas a sua transmissibilidade e a sua capacidade de colapsar os sistemas de saúde. Portanto, é muito importante entender a curva de crescimento dessa doença e responder adequadamente.

O que devemos saber sobre isso? A seguir, vamos nos aprofundar sobre o que é a curva de casos do COVID-19 e as implicações do seu crescimento. Confira!
A curva epidemiológica e a representação dos casos
Estatísticas do coronavírus
A curva epidemiológica proporciona informações sobre o padrão de propagação da infecção, os casos isolados, período de incubação, entre outros.

Uma curva epidemiológica é uma representação gráfica do número de casos epidêmicos de acordo com a data do início da doença. Ela nos fornece informações sobre:

O padrão de propagação da epidemia.
Magnitude da epidemia.
Casos isolados.
Tendência no tempo.
Período de exposição e de incubação da doença.

Um valor extremamente importante na luta contra o COVID-19 é identificar o tempo inicial de propagação da doença. Para isso, é essencial ver o período de exposição representado na curva epidemiológica.

Muitos países não fizeram isso com a rapidez necessária. Na Espanha, por exemplo, o início da disseminação foi identificado no final de fevereiro; assim, no momento em que as medidas drásticas foram aplicadas, a doença já contava com milhares de pacientes no período de incubação.

Portanto, as páginas de acompanhamento, como a de Joan C. Micó, professora titular da Universidade Politécnica de Valência (UPV), sugerem que não veremos o pico de pessoas afetadas pela doença neste país até 6 de abril.

Você também pode se interessar: Transmissibilidade: o verdadeiro perigo do coronavírus

Curva de Gompertz: a esperança para frear o COVID-19

A curva de Gompertz é um tipo de modelo matemático para uma série temporal. É uma função sigmoide (alongada em forma de S) que descreve o crescimento como mais lento no início e no final de um determinado período de tempo.

A curva foi originalmente projetada para descrever a mortalidade humana e é amplamente utilizada na epidemiologia. Este tipo de curva diz o que é esperado para o desenvolvimento do COVID-19 globalmente:

O achatamento inicial corresponderia a uma série de casos isolados detectados, enquanto o restante dos infectados estaria em período de incubação.
Logo, esses valores disparariam, atingindo o topo da curva “S”. Nesse momento, os incubadores da primeira fase seriam detectados, além de todos os novos infectados por eles. Essa fase de crescimento é exponencial, ou seja, cresce cada vez mais rápido ao longo do tempo.
É aqui que as medidas tomadas devem desempenhar um papel essencial. O crescimento exponencial não pode ser infinito, mas, na pior das hipóteses, diminuiria após atingir 100% da população. O isolamento domiciliar e a rápida detecção dos casos devem conter a curva de crescimento exponencial. Como não há pessoas na rua que possam se expor claramente à infecção, logicamente o padrão de disseminação da doença não pode ser o mesmo de uma situação normal

O achatamento da curva não indica o fim da doença. Infelizmente, mesmo que tudo se estabilize, continuará havendo casos da doença e mortes por coronavírus.

Frear a curva de casos e mortes é o primeiro passo no combate à doença, mas isso não significa o fim. Novos pacientes devem continuar aparecendo e, infelizmente, as mortes continuarão.

A visão dos estudos epidemiológicos é global e não individual: o fato de o número de mortes ter se estabilizado já é uma boa notícia, embora permaneça muito alto.

Uma vez estabilizada, essa curva exponencial se achata, dando origem a uma curva de Gompertz, e será possível dizer que o pior já passou. Mas precisamos esclarecer uma coisa: mesmo que o crescimento da doença seja mais lento, erradicá-la completamente é praticamente impossível em um curto período de tempo.

No final desta pandemia (que terminará), continuará havendo casos de COVID-19, mas estes poderão ser tratados de uma maneira muito mais extensa por um sistema de saúde com operação normal.

R7.COM