Os treinos para as Olimpíadas de Tóquio seguem como dá, tudo adaptado dentro de casa. Entre um exercício e outro, Caio Souza deixa a ginástica de lado e vai para a máquina de costura da mãe. Habilidoso com linha e agulha, o atleta de 26 anos produz máscaras de tecido. É o jeito do campeão pan-americano de contribuir no combate ao coronavírus. Com ajuda de sua família, Caio já confeccionou centenas de máscaras para doação, inclusive para um hospital em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

– Isso mostra como funciona o esporte. A gente sempre pensa em todo mundo, sempre melhorar tudo o que tem. Eu estou muito feliz de poder ajudar as pessoas, estou muito feliz de fazer essas máscaras, disponibilizado do meu tempo para fazer essas máscaras para fazer essas doações – disse o ginasta.

Caio nasceu em Volta Redonda, mas treina em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Desde que o ginásio fechou por causa da pandemia do coronavírus, ele voltou à casa de sua família para cumprir o isolamento social. Com talento para artesanato e marcenaria, começou a construir equipamentos para ajudar nos treinos, como um cogumelo (equipamento que auxilia no treino de cavalo com alças).

O campeão pan-americano passou a ajudar a mãe, Rosilene Souza, na confecção de máscaras para a venda durante a pandemia. Foi quando surgiu a iniciativa de também produzir máscaras para doações. Cem delas foram doadas para o Hospital São João Batista com o intuito de distribuir a acompanhantes de pacientes. Mais 500 foram doadas para a Prefeitura de Volta Redonda direcionar à população mais vulnerável – moradores de rua abrigados na arena esportiva Nicolau Yabrudi receberam as máscaras.

Esse número de máscaras só foi alcançado com a ajuda de toda a família, que montou uma linha de produção no ateliê de dona Rosilene.

– É uma equipe mesmo. Pai, mãe, vó, a minha nora, a minha sobrinha, todo mundo ajudando. Eu fico: “Vamos, vamos, daqui a pouco vai todo mundo vai sentar, tomar um cafezinho e começar a cortar mais máscara” – disse Rosilene.

– Um corta, o outro acerta o que está errado, aí o outro vai colocando o elástico, o outro costura, por isso que acaba sendo mais rápido – disse Caio.

A pandemia do coronavírus acabou adiando a realização do sonho do ginasta de disputar sua primeira Olimpíada depois de ser reserva na Rio 2016. Finalista nos três últimos Mundiais e dono de dois ouros e uma prata no Pan de Lima, Caio Souza tem grandes chances de ser convocado para a equipe do Brasil nos Jogos, em 2021.

Por GloboEsporte | Portal Gazetaweb.com

FOTO: Arquivo pessoal