A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (4/8) a operação Postal Off II, com o objetivo de desarticular organização criminosa que subfaturava valores devidos à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT).

São cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Praia Grande e São Vicente (SP), em São Paulo, e no Rio de Janeiro (RJ), em residências de investigados e sedes da EBCT.

Também foram expedidos mandados de afastamento de funcionários dos Correios das funções e deferidas medidas cautelares diversas da prisão, que determinam aos investigados restrições ao direito de ir e vir, sob pena de decretação de prisão.

O bando criminoso ainda desviava para si grandes clientes no segmento de postagem de cartas comerciais. Esta é a segunda fase da operação, que foi inicialmente desencadeada em setembro do ano passado.

A investigação, iniciada em novembro de 2018 em Santa Catarina, em razão do primeiro indício de crime encontrado, evidenciou forte atuação do grupo em São Paulo e no Rio de Janeiro, o qual contava com a participação ativa de funcionários dos Correios.

Os trabalhadores faziam com que grandes cargas de seus clientes fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao devido.

Foram identificados indícios de participação de um empresário titular de agências franqueadas dos Correios e de sete funcionários da empresa pública, que atuavam auxiliando nas postagens ilegais e subsidiando interesses empresariais do grupo criminoso.

Dados obtidos durante a investigação indicam que a organização criminosa causou um prejuízo ao patrimônio público estimado em R$ 94 milhões.

“A recuperação desses valores se encontra parcialmente garantida pelas medidas cautelares deferidas judicialmente na primeira fase da operação, que levaram ao bloqueio de bens dos investigados em valor aproximado de R$ 55 milhões, entre os quais carros de luxo, um iate, um avião, imóveis de alto padrão e contas bancárias com altos valores em depósito”, detalhou a PF, em nota.

Em ambas as fases, a investigação contou com a colaboração da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Os investigados foram indiciados por corrupção passiva e ativa, estelionato, violação de sigilo funcional e formação de organização criminosa.

Por Metrópoles | Portal Gazetaweb.com

FOTO: Elza Fiúza/Agência Brasil