Os trabalhadores dos Correios em Alagoas em greve desde a última terça-feira (18) fizeram uma caminhada na manhã desta quinta-feira (20) pelas ruas de Maceió, levando um caixão com a estampa do presidente da estatal, general Floriano Peixoto Vieira Neto, como forma de protesto. O ponto de concentração foi na sede administrativa da empresa na Rua Goiás, no Farol, seguindo até a Praça dos Martírios, no Centro da capital.

Os grevistas cobram a manutenção do acordo coletivo firmado no ano passado, são contra a privatização da estatal, reclamam de negligência da empresa com a saúde dos trabalhadores na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos. A paralisação é por tempo indeterminado.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Correios e Telégrafos em Alagoas Alysson Guerreiro, 80% do quadro efetivo de funcionários aderiram ao movimento de greve tanto da área operacional quanto da administrativa. No entanto, a estatal diz que um levantamento parcial, realizado nesta quinta, mostra que mais de 80% dos 99 mil empregados prosseguem trabalhando regularmente em todo o país.

“O general Floriano tem descumprido o que foi acordado no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Não estamos pedindo reajuste queremos deixar claro. Ressaltar também que neste momento de pandemia, os trabalhadores não deixaram de executar seus serviços por ser um serviço essencial, o lucro dos Correios foi elevadíssimo somente nos últimos meses tiveram R$ 390 milhões de lucro e na hora do reconhecimento não cumprem o acordo”, mencionou Guerreiro.

De acordo com o representante sindical, até o momento não houve qualquer aceno por parte da estatal para com os seus trabalhadores. “Até agora estamos sem um diálogo para chegarmos ao fim da greve”, disse.

Em nota, os Correios informou que a empresa possui Plano de Continuidade de Negócios e que “desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da saúde financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia”.

Nas agências, serviços como Certificado Digital, consulta Serasa, Achados e Perdidos, e agora, mais recentemente, a consulta ao Auxílio Emergencial, estão disponíveis à população. A postagem de cartas e encomendas, inclusive Sedex e PAC, continua sendo realizada e as entregas estão ocorrendo em todos os municípios.

“A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”.

“Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos”.

SERVIÇO POSTAL

Com objetivo de minimizar os impactos da paralisação parcial dos empregados, a empresa realizará mutirões de entregas em todo o território nacional.

Conforme o plano de contingência da empresa, medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, o remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas para garantir o fluxo postal. A expectativa é realizar a entrega de um volume quatro vezes maior de encomendas, nos fins de semanas.

A malha de transporte intermunicipal e interestadual da empresa continua operando com 100% da capacidade, realizando conexões diárias de todas as bases operacionais no país.

Fonte: Tribuna Independente / Ana Paula Omena

(Foto: Ascom/Sintect)