Não apenas Saci, boitata, como também guerreiro e bumba meu boi; conheça um pouco do folclore alagoano

Dia 22 de Agosto é comemorado o Dia do Folclore, data em que devemos relembrar as manifestações da cultura popular que caracterizam a identidade de um povo, desse modo, o Antena separou 5 folguedos que fazem parte da cultura alagoana e que se você ainda não conhece merece conhecer:

1. Guerreiro

O Guerreiro é um dos folguedos genuinamente do folclore alagoano. À principio, surgiu na década de 20, aproximadamente em 1927. É provável que seja uma das manifestações culturais mais lembradas de Alagoas e até hoje é passado de geração em geração.

O guerreiro conta com uma média de 36 personagens que são divididos entre Rei, Rainha, Índio Peri, Sereia, tanto quanto Mestre, Contramestre, entre outros. As vestes dos personagens são ricas em cores. O principal ornamento das vestes é o chapéu, que costuma ter formas de igrejas, palácios e catedrais. Certamente, uma das manifestações mais lindas do folclore alagoano.

Confira uma apresentação do Guerreiro Alagoano:

2. Pastoril

Em primeiro lugar é importante ressaltar que esse é considerado um dos folguedos mais conhecidos no Nordeste do país e envolve música, dança e teatro. As ‘pastoras’ são divididas entre os cordões azul e encarnado. Os cordões disputam o gosto do público, mas contam com a presença de outra personagem, Diana, que traz em suas vestes as cores dos dois cordões. Diana representa a harmonia e o folguedo conta ainda com outros personagens como Mestra, Contramestra, Camponesa, Belo Anjo, Pastor e a Borboleta. Sem dúvida, uma encenação rica em cores e alegria!

3. Marujada no folclore alagoano

Em suma, a Marujada que ressurge em Alagoas possui elementos de folguedos náuticos, Reisados, Taieiras, Pastoris. É realmente um folguedo eclético. Já que é variante do Fandango, possui origem lusitana, mesclada às outras origens.
MARUJADA -UNIÃO DOS PALMARES – 2014 – YouTubeMarujada em União dos Palmares-AL

A mestra Josefa Bispo, introdutora desse folguedo, aprendeu a dançar Marujada no sítio Braúna, em Palmeira dos índios, com uma dançadora chamada Antonia, e tem uma versão, nesse sentido, muito singular para explicar a origem dessa marujada: “A Marujada (…) foi uma mulher que antigamente vivia no Rio de Janeiro.

Ela estava tarde da noite passeando e ouviu os marinheiros cantando na beira do mar. Ela olhou, aprendeu e trouxe para aqui. Aqui ela começou a brincar, mas só em casa, não saía para canto nenhum, só ficava no sítio dela. Aí, foi o tempo que ela morreu, a família ficou dançando e eu aprendi”. (Folguedos e Danças de Alagoas – José Maria Tenório Rocha, Maceió – 1984).

4. Quilombo

Durante muito tempo pensou-se ser os Quilombos um auto que rememorava o acontecimento dos Quilombos dos Palmares. Mas porque não existe, de nenhum modo, ligação entre o fato histórico e o folguedo, e existe identificação desse auto com similares do Brasil e do estrangeiro (Congadas, Cucumbis, Caboclinhos, Mouriscadas etc) chegou-se à conclusão que é uma adaptação local ou reinterpretação de origem branca e erudita de danças brasileiras e européias que demonstram lutas, ora entre negros e brancos, ou mouros e cristãos, ou negros e índios (caboclos).

Mais um fato a demonstrar ter sido o auto maquinação branca, é a derrota dos negros no final da apresentação. Nesse sentido, se fosse idealização dos escravos negros dos Palmares, os negros sairiam vitoriosos, não perdedores. (Folguedos e Danças de Alagoas – José Maria Tenório Rocha, Maceió – 1984).

5. Taieiras

Dança-cortejo de caráter religioso afro-brasileiro que faz louvação a São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos pretos. No entanto de aculturação africana, ligada aos Reinados dos Congos e estruturada na época da escravidão. (Folguedos e Danças de Alagoas – José Maria Tenório Rocha, Maceió – 1984).

Veja o vídeo das taieiras alagoanas que fazem parte do folclore alagoano:

CADA MINUTO

Foto: Reprodução