No próximo dia 9 têm início os guias eleitorais no rádio e na tevê. O tempo de cada partido ainda é medidor de importância na hora de compor as coligações – neste ano, apenas para as candidaturas a prefeito –, mas cada vez mais com menos força por causa das redes sociais. Na avaliação do cientista político Ranulfo Paranhos, mesmo assim, essas ainda são as mídias principais que os postulantes a cargos eletivos têm para divulgar seus nomes aos eleitores.

“O tempo de rádio e tevê era uma das variáveis mais importantes no estabelecimento das coligações. Boa parte das coligações foi feita ainda pensando nisso, mas boa parte já descarta essa possibilidade e encaram o tempo de tevê e rádio não mais tão importantes quanto foram no passado, tendo em vista, justamente, as redes sociais”, pontua. “As redes sociais têm um efeito muito grande sobre as campanhas porque elas são um produto. Candidato é um produto, então a regra é a mesma. Assim como o mercado se adaptou para vender e se aproximar mais da internet ou fazer dela um ambiente de venda de seus produtos, as campanhas também fazem isso. Mas a internet ainda depende o que é apresentado como pauta na televisão”, completa o cientista político.

Ainda na avaliação de Ranulfo Paranhos, a internet, apesar de cada ganhar mais espaço na política, ainda não atingiu o grau de influência da televisão. Segundo ele, o peso das redes sociais só poderá ser mensurado depois do pleito deste ano “porque em 2016 a gente tinha um comportamento de propaganda ainda muito baseado nas mídias de tevê e rádio – e propaganda de rua”.

“Agora, o mais importante disso tudo é que a televisão ainda pauta a internet. Veja, se você montar um debate, como o que houve em Recife com os candidatos a prefeito, ele não teve um vigésimo do que tiveram os da Band na última semana que, no dia seguinte, repercutia na própria internet, por exemplo”, comenta.

TEMPO DE RÁDIO E TV

Davi Filho (PP) será o candidato a prefeito de Maceió com mais tempo de rádio e tevê, com 3,16 minutos no guia eleitoral. Sua coligação conta com – além do PP – o PSL, Cidadania, DEM, Solidariedade e Republicanos.

Por tempo de rádio e tevê, considera-se o programa eleitoral e as inserções ao longo do dia. O cálculo do tempo de cada partido é baseado na quantidade de deputados federais eleitos, no caso, em 2018.

Já Alfredo Gaspar (MDB), que tem nove partidos coligados à sua candidatura – PSC, PL, PRTB, PV, PTC, PSD, Avante, Podemos e o próprio MDB – terá 2,6 minutos no guia eleitoral.

Ricardo Barbosa é o candidato do PT à Prefeitura de Maceió terá 1,94 minutos de rádio e tevê, já que o partido não coligou nas eleições deste ano em Maceió.

JHC (PSB) terá um pouco mais de 1,66 minutos de tempo de rádio e TV. Sua coligação conta ainda com o PDT e com o PSDB.

Cícero Almeida (DC) terá 12,5 segundos por causa da coligação com o PTB. Cícero Filho (PCdoB) terá 14 segundos; Valéria Correia (PSOL), 12,5 segundos; Josan Leite (Patriota), 7,2 segundos; e Corintho Campelo (PMN) terá 5,15 segundos. Lenilda Luna (UP) não terá tempo de rádio e tevê porque seu partido não participou do pleito de 2018, uma vez que foi fundado após as eleições de dois anos atrás.

Fonte: Tribuna Independente / Carlos Amaral

(Foto: Sandro Lima / arquivo)