Sem êxito nas urnas da eleição deste ano em Maceió, o presidente municipal do PSL, Flávio Moreno, e um grupo de advogados, solicitaram ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que se instaure uma ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) para apurar suposta fraude eleitoral nas chapas dos vereadores dos partidos: PT, PSC, PSDB e PRTB.

De acordo com a ação, estes partidos tiveram candidaturas femininas com 0 votos ou 2 votos, o que configura, segundo o pedido, algo fictício e somente para preencher a cota de mulheres imposta por lei, sem comprovação de realização de campanha.

“Existem candidatas com recebimento de recursos do fundo eleitoral, com 2 ou zero votos. É uma afronta aos candidatos e eleitores de Maceió e a lei eleitoral”, diz um trecho da ação.

A reportagem da Tribuna procurou Flávio Moreno para que ele pudesse falar sobre a ação, mas até o fechamento desta edição ele não retornou às mensagens.

PARTIDOS

Para o presidente do diretório municipal do PT, Marcelo Nascimento, trata-se de um gesto de desespero e imaturidade de compreender o resultado democrático das urnas em Maceió, já que segundo o dirigente partidário, o PSL não elegeu nenhum vereador, portanto não obteve o reconhecimento e legitimidade da população maceioense para ter representante no parlamento municipal.

“Não acredito que esse tipo de ação desprovida de provas e evidências possa prosperar perante o Ministério Público do Estado (MPE) e Justiça Eleitoral. O PT foi a legenda pioneira na luta pela participação das mulheres na política, estabelecendo políticas afirmativas de paridade entre homens e mulheres em todas as suas instâncias partidárias. Elegemos a primeira mulher presidenta da República, além de uma bancada federal com combativas companheiras. Portanto, o compromisso do PT com a emancipação política das mulheres é incontestável e comprovadamente mensurável”, afirma Marcelo Nascimento.

Já o presidente do PRTB em Alagoas, Adeilson Bezerra, confirmou que o partido teve uma candidata com zero votos, mas que ela tinha renunciado. Ele explica que para ter abuso de poder econômico essa ação só é cabível quando tem candidato que recebeu fundo partidário e eleitoral.

“O meu partido nem tinha tempo de TV, nem fundo eleitoral. Então é uma ação ridícula. Acho que o Tribunal não vai tomar nenhum conhecimento. Acho do ponto de vista político uma ação ridícula, no tocante ao PRTB. É um golpe baixo. Em relação ao PRTB nada a temer, pelo contrário, no tempo oportuno caberá litigância de má fé contra os subscritores da peça. Pois é factoide criada pelo Flavio Moreno. Outra coisa nós cumprimos a cota das mulheres mesmo com a candidata que renunciou”, diz Adeilson Bezerra.

O presidente do PSC em Maceió, vereador eleito Marcelo Palmeira, se limitou a dizer que ninguém do partido recebeu fundo partidário e que a legenda teve 38 mil votos.

Fonte: Tribuna Independente / Carlos Victor Costa

(Fotos: Sandro Lima / arquivo e Pei Fon / Secom Maceió)