A CBF modificou a decisão em que havia definido uma punição de 15 meses de suspensão para Rogério Caboclo – o presidente da Confederação está afastado da entidade desde 6 de junho – quando uma funcionária o denunciou por assédio moral e sexual – após esta acusação, outros crimes e atitudes inapropriadas foram denunciados.

Amilar Alves, Marco Aurélio Klein e Carlos Renato Azevedo Ferreira, os três integrantes da Comissão de Ética – aumentaram a pena para 21 meses, já contando com o período de três meses em que ele se encontra afastado. A mudança na sentença atendeu a um pedido da defesa da funcionária, que contestou a primeira decisão dos responsáveis pela Comissão.

Além disso, os líderes da Comissão chegaram à conclusão de que Caboclo violou o artigo do Código de Ética que trata de “assédio, de qualquer natureza, inclusive moral ou sexual”. Na primeira decisão, o caso foi classificado impressionantemente como “atitude inapropriada”.

A Comissão de Ética também observou e incluiu no inquérito que Rogério Caboclo usou indevidamente recursos da entidade para obter bebidas alcoólicas para consumo pessoal.

Para ser oficializada, a posição da Comissão precisa ser confirmada pela Assembleia Geral, composta pelas 27 federações estaduais, que deve ser marcada para a próxima semana.

Caso seja condenado, Caboclo só poderá retornar à presidência da CBF em março de 2023, um mês antes do fim de seu mandato no cargo. Existem mais duas denúncias sendo analisadas pela Comissão de Ética. Se houver outras punições nestes casos, Caboclo não voltará mais ao cargo.

No total, três mulheres afirmam terem sido assediadas por Rogério Caboclo. O segundo caso, revelado no dia 9 de agosto, foi o da ex-funcionária que relatou assédio no voo para Madri, na Espanha, em depoimento ao Ministério Público. O terceiro caso foi publicado em 20 de agosto e incluiu também acusações de agressão. Ele nega todas as acusações.

No dia 3 de setembro, Rogério Caboclo fez um acordo com o Ministério Público do Rio para não ser denunciado por assédio sexual e moral. O acordo gerou um débito de R$ 100 mil reais para o acusado.

O dinheiro arrecadado com o acordo será doado a uma entidade que atua no combate à violência contra a mulher e a outra que cuida de animais abandonados.

No último dia 6, Caboclo foi afastado da CBF por um ano pela Justiça do Trabalho -até setembro de 2022. Segundo a decisão, o dirigente deve ser suspenso da entidade como estratégia para defender os funcionários que o denunciaram.

Raphael Alves, com GE
Arquivo CBF