Os servidores públicos estaduais podem ficar tranquilos: a Assembleia se comprometeu a aprovar hoje o remanejamento de 20% do orçamento do Estado deste ano, possibilitando que o governo pague a folha de pessoal de dezembro. A Fazenda estadual gastou tudo o que o orçamento permitia com esta finalidade, em 2021. E olhe que a Assembleia já autorizou um remanejamento de 40% até agora no orçamento, mas a grana já foi consumida com outros gastos.

Como o blog disse na semana passada, só com a autorização dos deputados é que a Palácio pode dispor do dinheiro – que está no cofre, mas preso no orçamento – para cumprir seus compromissos neste final de ano, principalmente com os servidores e com o AL Previdência. Sem esta autorização (de remanejamento do orçamento), não há dinheiro, independentemente da retórica usada para justificar o que está acontecendo.

Na sexta-feira, o governo anunciou com estardalhaço que vai pagar o salário dezembro no próximo dia 23, antes, portanto, do Natal. Fez a promessa graças ao acordo com os deputados estaduais, representados pelo presidente da Assembleia, Marcelo Victor, a voz do dono e o dono da voz.

Objetivamente, porém, o Palácio contou com o ovo na cloaca. Ainda bem que a galinha é poedeira e vai liberar o rico alimento para quem dele precisa.

Versões

Os deputados apontam a falta de Planejamento do governo para chegar a este momento no ano com dinheiro em caixa, mas não disponível para cumprir compromissos delicados, como o pagamento do salário de dezembro.

O secretário Santoro, porém, disse que o Estado chegou a essa situação porque teve de assumir outros compromissos – com o AL Previdência, por exemplo. A Assembleia, afirmou ele, não teria aprovado o pedido feito anteriormente, para a liberação do dinheiro para cobrir as despesas.

Não é nenhum mérito, ressalte-se, ter dinheiro no cofre e não ter como usá-lo quando necessário.

Sem esperneios, a conta vai fechar com o apoio da Casa de Tavares Bastos.

Em tempo

O blog não participa de bate-bocas em redes sociais. São diálogos de surdos, levados a cabo, em regra, por adolescentes de todas as idades.

CADA MINUTO \ Ricardo Mota

Foto: Assessoria/Arquivo